Urgência e emergência
Os termos urgência e emergência são frequentemente usados no contexto da saúde para descrever situações que requerem atendimento médico rápido. No entanto, eles têm significados distintos e implicam diferentes níveis de gravidade e prioridade no atendimento.
Uma urgência é uma situação que requer atenção médica rápida, mas não representa uma ameaça imediata à vida. Já uma emergência é uma situação de alto risco que representa uma ameaça imediata à vida. Ambos os conceitos são essenciais para a organização dos serviços de saúde e a garantia de um atendimento adequado e eficiente.
Atendimento pré-hospitalar móvel
O atendimento pré-hospitalar móvel é realizado por meio de duas modalidades: o suporte básico à vida, que se caracteriza por não realizar manobras invasivas, e o suporte avançado à vida, que possibilita procedimentos invasivos de suporte ventilatório e circulatório.
Samu
O serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) é o principal componente móvel da rede de atenção às urgências, sendo um serviço gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.
O objetivo desse componente é acolher os pedidos de ajuda médica de cidadãos acometidos por agravos agudos à sua saúde, de natureza clínica, psiquiátrica, cirúrgica, traumática, obstétrica e ginecológica. Esse atendimento inicia-se por meio de uma ligação telefônica gratuita para número 192 que é exclusiva das Centrais de Regulação Médica das Urgências do SAMU.

O SAMU deve ser chamado nos seguintes casos: acidentes com vítimas, problemas cardiorrespiratórios, intoxicações, queimaduras, crise convulsiva, alérias gaves, maus tratos, tentativa de suicídio.
O SAMU não deve ser chamado nos seguintes casos: transporte de paciente em óbito, transporte para realização de exames e internações, situações clínicas não urgentes como: doenças crônicas, dor de dente, troca de sondas, curativos, etc…
Suporte básico de vida
O suporte básico de vida é um dos elos da cadeia de sobrevivência sendo, o conjunto de medidas e procedimentos técnicos, que pode ser realizado por socorristas leigos ou por profissionais de saúde, e que visa dar suporte e manter a vida do paciente até a chegada do suporte intermediário e o transporte até o hospital. O objetivo principal do suporte básico de vida é não agravar as lesões já existentes ou gerar novas lesões (iatrogênicas).
Suporte avançado de vida
O suporte avançado de vida (SAV) refere-se ao conjunto de procedimentos médicos e intervenções realizadas para o atendimento de pacientes em estado crítico, visando a manutenção das funções vitais, estabilização clínica e prevenção de agravos até que o paciente possa receber tratamento definitivo.
O SAV é executado por profissionais treinados, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, e envolve o uso de recursos avançados, como intubação, administração de medicamentos e monitorização cardíaca contínua (BATTEN et al., 2020).
Cadeia de sobrevivência
A cadeia de sobrevivência é um conceito fundamental em emergências médicas, especialmente em situações de parada cardiorrespiratória (PCR). Ela representa uma sequência de ações interligadas que, quando realizadas de forma rápida e eficiente, aumentam significativamente as chances de sobrevivência e recuperação do paciente.
Existem basicamente duas cadeias distintas para adultos e crianças, uma é a cadeia para parada cardiorrespiratória intra-hospitalar (PCRIH), e a outra é a cadeia para parada cardiorrespiratória no ambiente extra-hospitalar (PCREH).
Avaliação primária
O objetivo da avaliação primária é identificar e corrigir situações de risco imediato de morte. Considera-se crítico todo paciente que apresentar alterações significativas em qualquer etapa da avaliação. Se o paciente for considerado crítico, o tempo de permanência na cena deve ser o mínimo possível.
Avaliação secundária
A avaliação secundária é importante, porém não obrigatória, principalmente nos pacientes críticos ou se sua realização implicar em atraso de transporte, sendo que o objetivo específico da avaliação secundária é localizar alterações na cor da pele ou mucosas, assimetrias morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, ruídos anômalos emitidos pelo paciente, alterações de motricidade e sensibilidade e registrar detalhadamente os achados da avaliação secundária.
Triagem de múltiplas vítimas
A triagem em saúde pode ser definida como um processo de classificação das vítimas, que serão separadas e atendidas de acordo com a gravidade de suas lesões, tendo como objetivo principal propiciar tratamento adequado e garantir que haja o maior número de sobreviventes possível. O Ministério da Saúde define como acidentes com múltiplas vítimas aqueles acidentes que envolvam 5 (cinco) ou mais vítimas.
O atendimento à vítima de desastre é diferente do atendimento de uma vítima de trauma isolada. Na vítima isolada, é primordial que se adote o melhor procedimento para aquele indivíduo, inclusive disponibilizando todos os recursos disponíveis. Em um atendimento com múltiplas vítimas, o atendimento tem enfoque em fazer o melhor para o maior número de vítimas possível, havendo a necessidade de estabelecer prioridades de atendimento. Dessa forma ocorre a priorização do cuidado coletivo.
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BRUNO, Paulo; OLDENBURG, Cyntia.Enfermagem em pronto-socorro. 9 Ed. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2010.
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A essência da enfermagem reside no cuidado integral, ético e humanizado ao ser humano, em todas as fases da vida, respeitando sua individualidade, dignidade e necessidades biopsicossociais, espirituais e culturais. A enfermagem é uma ciência e uma arte, fundamentada em princípios científicos, mas também profundamente alicerçada na empatia, escuta ativa, compaixão e compromisso com o outro.