Enfermagem e ciência

Farmacologia

A farmacologia é a ciência que estuda os medicamentos, bem como, as substâncias químicas que interagem com os sistemas biológicos para produzir efeitos terapêuticos, diagnósticos ou preventivos.

Os primeiros farmacologistas, antes do surgimento da química orgânica sintética, concentraram-se em estudar os fármacos de origem vegetal, como quinina, atropina, efedrina e estricnina – muitos deles utilizados até os dias de hoje.

Farmacocinética

A farmacocinética é o estudo do caminho que o medicamento faz no organismo desde o momento que é ingerido até quando é excretado, enquanto que a farmacodinâmica consiste no estudo da interação deste medicamento com o local de ligação, que vai ocorrer durante este caminho.

As etapas da farmacocinética são: absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Esses processos determinam a concentração do fármaco no plasma e nos tecidos, influenciando sua eficácia e segurança.

Biodisponibilidade

A biodisponibilidade refere-se a extensão e a velocidade que um fármaco ou metabólito adentra na corrente sanguínea e cheguem ao seu local de ação. Os medicamentos exercem a ação farmacológica quando atingem o tecido ou órgão no qual se espera que tenha ação. Para que isso aconteça, o medicamento deve atravessar as membranas celulares a fim de que seja absorvido, distribuído e excretado posteriormente.

Efeitos de primeira passagem

O efeito de primeira passagem é uma característica farmacocinética que ocorre quando um fármaco administrado por via oral sofre um metabolismo significativo antes de atingir a circulação sistêmica. Esse processo acontece principalmente no fígado e no trato gastrointestinal, diminuindo a quantidade do medicamento que chega à corrente sanguínea e, consequentemente, sua biodisponibilidade.

Após administração oral, o medicamento é administrado no trato gastrointestinal e transportado pela veia porta até o fígado. No fígado, enzimas, especialmente do sistema citocromo P450, podem metabolizar a substância antes que ela alcance a circulação sistêmica. Esse metabolismo pode converter o fármaco em metabólitos inativos, ativos ou tóxicos, impactando diretamente sua eficácia terapêutica.

Alguns medicamentos apresentam um efeito de primeira passagem tão intenso que sua administração oral é pouco eficaz. Para contornar esse consenso, diversas estratégias podem ser adotadas. A escolha de vias alternativas, como intravenosa, sublingual ou transdérmica, permite que o medicamento evite o metabolismo hepático inicial. Outra abordagem é o uso de pró-fármacos, que são substâncias inativas convertidas em fármacos ativos após passarem pelo metabolismo hepático.

A compreensão do efeito de primeira passagem é essencial na prática clínica, pois influencia a escolha da via de administração, a dose do medicamento e o monitoramento de possíveis interações medicamentosas.

Farmacodinâmica

A farmacodinâmica é a área da farmacologia que estuda os efeitos dos fármacos no organismo e seus mecanismos de ação, determinando potência, eficácia, segurança, incluindo suas interações com os receptores celulares e a modulação de processos bioquímicos. Em outras palavras, descreve como os medicamentos interagem com seus alvos biológicos para produzir uma resposta terapêutica.

A ideia de que a interação entre uma enzima e o seu substrato seria complementar surgiu em 1894 com Emil Fischer, responsável por elaborar o modelo “chave-fechadura”. A partir da ideia de complementaridade foi possível aplicá-la em reações antígeno-anticorpo e também para a interação entre o fármaco e seu receptor.

Dessa forma, a nível molecular, a energia livre do complexo fármaco-receptor é estabilizada através de interações intermoleculares, como interações hidrofóbicas, interações de van der Waals, ligações de hidrogênio e interações eletrostáticas.

Formas farmacêuticas

A forma farmacêutica é a maneira física pela qual o medicamento se apresenta e sua escolha deve assegurar ao medicamento o máximo de ação e o mínimo de inconvenientes, podendo ser: sólidos, líquidos, pastosos e gasosos.

Sólidos

Os medicamentos na forma sólida são preparações farmacêuticas que apresentam o princípio ativo em um estado físico sólido, sendo uma das formas mais comuns de administração de fármacos.Eles são amplamente utilizados devido à sua praticidade, estabilidade e facilidade de dosagem, sendo: pó, comprimido, drágeas, cápsulas, supositórios e óvulos.

Líquidos

Os medicamentos na forma líquida são preparações farmacêuticas em que o princípio ativo está dissolvido ou suspenso em um líquido, como água, álcool, óleo ou xarope. Essa forma é especialmente útil para pacientes que têm dificuldade em engolir comprimidos ou cápsulas, como crianças, idosos ou pessoas com disfagia: soluções, xaropes, elixir, suspensão, emulsão e loção.

Pastosos

Os medicamentos pastosos são formas farmacêuticas semisólidas utilizadas para administração tópica ou oral, apresentando consistência intermediária entre líquidos e sólidos. Eles são compostos por uma base de veículo (como óleos, ceras ou polímeros) que confere viscosidade e permite a incorporação do princípio ativo, sendo: pomada, pasta, creme e gel.

Gasosos

Os medicamentos gasosos são formas farmacêuticas na fase gasosa que contém substâncias ativas destinadas à administração por inalação ou ventilação assistida. Esses medicamentos atuam principalmente no sistema respiratório e circulatório, sendo amplamente utilizados em situações de emergência, anestesia e terapias respiratórias. Os medicamentos que se apresentam na forma farmacêutica gasosa são: aerossol e gás.

Vias de administração de medicamentos

A via de administração refere-se à forma (ou caminho) pela qual o medicamento entrará em contato com o organismo, exercendo sua atividade farmacológica, a escolha da via depende do efeito desejado, da rapidez de ação e das características do medicamento e do paciente.

Oral

A via oral é a mais segura, econômica, sendo a via mais utilizada, indicada para sólidos e líquidos, porém, exige do paciente a ingestão e a deglutição. A absorção dá-se no trato digestivo, podendo iniciar-se na boca como as soluções e ir até o intestino como as drágeas.

As desvantagens para essa via consistem em alguns medicamentos terem limitação em sua absorção, interferência de alimentos na absorção e biotransformação dos fármacos antes de serem absorvidos sistemicamente.

Parenteral

A via parenteral é utilizada para a administração de medicamentos em uma ou mais camadas da pele, sem que atravesse a mucosa intestinal. Possui uma ação rápida e segura, podendo ser utilizada em pacientes sem interferir nos alimentos e sem provocar vômitos.

A principal desvantagem da via parenteral é que se trata de uma via dolorosa, o preparo deve ser estéril e seu custo é mais alto.

A administração parenteral pode ser feita pelas seguintes vias: intramuscular, endovenosa, subcutânea, intradérmica, intra-arterial, intraperitoneal e intratecal.

Intramuscular

A via intramuscular é aquela em que a aplicação é feita diretamente no músculo, com o ângulo da agulha em 90º, sendo indicada para soluções e suspensões oleosas para absorção a longo prazo.

Os principais músculos utilizados para administração de medicamentos via intramuscular são: deltoide, dorsoglúteo, ventroglúteo e vasto-lateral.

Endovenosa

A via endovenosa é aquela em que a aplicação é feita no interior da veia, sendo indicada quando se deseja efeitos imediatos e administração de grandes volumes.

Cateter venoso periférico

O cateter venoso periférico é um dispositivo confeccionado com materiais poliméricos flexíveis e biocompatíveis (silicone e poliuretano) inserido em uma veia periférica com a finalidade de permitir o acesso venoso para administração de soluções, medicamentos, hemoderivados, nutrição parenteral, coleta de exames ou hidratação.

Cuidados com o acesso venoso periférico

Dentre os cuidados indicados no momento da aplicação intravascular recomenda-se:

– Introduzir a agulha com a outra mão (bisel para cima), em um ângulo de 25 a 45º.

Como forma de prevenir infecções de corrente sanguínea, a ANVISA recomenda a troca do equipo de infusão:

– A cada bolsa para nutrição parenteral, sangue e hemoderivados.

– A cada 12 horas para emulsões lipídicas.

– A cada 24 horas para infusão intermitentes.

– A cada 96 horas para infusão contínua.

A decisão de estender a frequência de troca para prazos superiores ou quando clinicamente indicado dependerá: da avaliação rotineira e frequente das condições do paciente, sítio de inserção, integridade da pele e do vaso, duração e tipo de terapia prescrita, local de atendimento, integridade e permeabilidade do dispositivo, integridade da cobertura estéril e estabilização estéril.

Não se devem utilizar cateteres periféricos para a infusão contínua de produtos vesicantes nem para a nutrição parenteral com mais de 10% de dextrose ou para qualquer solução que tenha osmolaridade acima de 900 mOsm/L.

Na nota técnica 42/2019, o Coren de Santa Catarina orienta a fazer a antissepsia em movimento espiral centrífugo, utilizando algodão com álcool a 70%, por três vezes, antes de fazer a punção venosa periférica.

O limite máximo de tentativas de punção periférica é 4, sendo 2 tentativas por profissional. Isso porque múltiplas tentativas de punções causam dor, atrasam o início do tratamento, comprometem o vaso, aumentam custos e os riscos de complicações.

Subcutânea

A via subcutânea é aquela em que a aplicação é feita logo abaixo da superfície da pele para medicamentos com efeitos lentos, pois o tecido subcutâneo é menos vascularizado.

A quantidade a ser administrada no tecido subcutâneo é de 0,5 ml a 2,0 ml, onde o medicamento é absorvido lentamente para o interior dos capilares próximos, o que proporciona um efeito prolongado do medicamento. A vantagem é que provoca pouco trauma nos tecidos e possui baixo risco de afetar qualquer nervo ou vaso sanguíneo.

– Deve-se evitar administrar em áreas edemaciadas, em cima de lesões ou em locais de muito tecido adiposo.

Os locais para aplicação são: parede abdominal, face anterior ou externa da coxa e face externa do antebraço. As agulhas utilizadas são 13x3,8, 13x4,5 ou 10x5, e a aplicação se faz com uma angulação de 90°; caso não tenha agulha, utilizar 25x7, em ângulo de 45°.

Intradérmica

A via intradérmica é aquela em que a aplicação é feita entre a pele e o tecido subcutâneo.

O volume máximo a ser introduzido é de 0,5 ml, mas, no caso da vacina, administra-se 0,1 ml.

A seringa adequada é a de 1 ml, por possuir as frações em mililitros e o ângulo da agulha de 10° até 15 °.

A agulha utilizada é a 13x4,5 e o local mais adequado é a face anterior do antebraço.

Muitos testes diagnósticos e alérgicos são realizados via intradérmica, sendo considerada, portanto, uma via diagnóstica.

Intra-arterial

A via intra-arterial é aquela em que a aplicação é feita no interior de uma artéria utilizada para obter efeito em órgão específico.

Intraperitoneal

A via intraperitoneal é aquela em que a aplicação é feita na cavidade do peritônio, geralmente, utilizada para diálise peritoneal.

Intratecal

A via intratecal ou subaracnóidea é aquela em que a aplicação é feita no sistema nervoso central.

Mucosa

A via mucosa de administração de medicamentos refere-se à absorção de substâncias através das mucosas do organismo, permitindo ação local ou sistêmica. Ela se caracteriza por apresentar alta absorção podendo ser feita pelas seguintes vias: sublingual, conjuntival, pulmonar, vaginal, retal e nasal.

Sublingual

A via sublingual é aquela em que a aplicação é feita abaixo da língua e ali permanece até que seja absorvida totalmente. Esta via possui um efeito sistêmico em curto prazo que se dissolve rapidamente sem passar pelo metabolismo hepático, por isso é utilizada em casos de urgência, por chegar rapidamente ao coração.

Conjuntival

A via conjuntival ou ocular é aquela em que a aplicação é feita diretamente no globo ocular.

Pulmonar

A via pulmonar é aquela em que os fármacos são absorvidos através do epitélio pulmonar e mucosas do trato respiratório, é indicada para substâncias voláteis como os gases e aerossóis.

Vaginal

A via vaginal é aquela em que os fármacos são administrados diretamente no canal vaginal, sendo indicada para uso de óvulos e cremes.

Retal

A via retal é indicada para supositórios e clisteres indicados quando o paciente encontra-se impossibilitado de receber o medicamento por via oral ou até mesmo para aliviar o intestino. Estes medicamentos podem ter efeito local e sistêmico, sendo uma via que não tem boa aceitação, além disso, a absorção via retal pode ser incompleta.

Nasal

A via nasal consiste na aplicação de medicamentos diretamente no nariz, sendo indicada para medicamentos vasoconstritores.

Tópica

A via tópica ou cutânea caracteriza-se pelo uso do medicamento na própria pele, com efeito local ou, em alguns casos, sistêmico, sendo muito prescrita por dermatologistas: cremes, pomadas, gel, loções, etc.

Punção intra-óssea

A punção intra-óssea (IO) consiste na introdução de uma agulha na cavidade da medula óssea, possibilitando acesso à circulação sistêmica venosa por meio da infusão de fluidos na cavidade medular, fornecendo uma via rígida, não colapsável, para a infusão de medicamentos e soluções em situações de emergência.

A punção intra-óssea, descrita pela primeira vez em 1922, foi utilizada amplamente durante a Segunda Guerra Mundial como via de acesso para administração de soluções, caindo em desuso até a década de 1980, quando passou a ser novamente recomendada para execução em crianças e agora, mais recentemente, também vem sendo indicada para uso em adultos.

Os fluidos mais administrados por via IO são solução fisiológica, sangue, plasma, solução de Ringer, NaCl e glicose.

Os fármacos mais descritos na administração por está via incluem epinefrina, dopamina, dobutamina, atropina, adenosina, digoxina, corticosteroides, morfina e diazepínicos, sendo as doses iguais às empregadas para administração por via intravenosa.

O local para punção mais frequentemente usado em crianças é face interna da tíbia, cerca de um a três centímetros abaixo da tuberosidade tibial, área anatômica recoberta por pele, pouco tecido subcutâneo e periósteo. Além da tíbia, o fêmur, o úmero e o calcâneo podem ser puncionados em crianças.

Em adultos os sítios de punção IO recomendáveis além da tíbia e maléolo medial são o esterno, a crista ilíaca e a clavícula.

Em neonatos, assim como nas crianças, a tíbia é o local de punção mais utilizado com a introdução da agulha um centímetro abaixo da tuberosidade da tíbia, sendo sítios alternativos a parte distal do fêmur, a porção medial ou lateral do maléolo e a crista ilíaca.

Deve-se utilizar rigorosa técnica asséptica para a realização do procedimento, seguindo as normas de controle de infecção da instituição, sendo recomendável uso de campo fenestrado estéril sobre o local designado para punção.

Soros

Os soros são soluções líquidas utilizadas na enfermagem para diversos fins terapêuticos, como hidratação, reposição de eletrólitos, administração de medicamentos e suporte nutricional. Eles são compostos por água e substâncias como eletrólitos, glicose ou outros nutrientes, e são administrados principalmente por via intravenosa, mas também podem ser usados por outras vias, como a oral ou subcutânea.

Soro fisiológico

O soro fisiológico é uma solução estéril de cloreto de sódio (NaCl) a 0,9%, que possui a mesma concentração de sais do plasma sanguíneo. Ele é amplamente utilizado em diversas situações clínicas, como hidratação, limpeza de feridas, uso nasal e diluição de medicamentos.

Soro glicosado

O soro glicosado é uma solução estéril de glicose em diferentes concentrações (5%, 10%, 25%, 50%), utilizada principalmente para fornecer energia e hidratação ao organismo. Ele é indicado em diversas situações clínicas, como reposição de fluidos, correção de hipoglicemia e como veículo para administração de medicamentos intravenosos.

Soro glicofisiológico

O soro glicofisiológico é uma solução estéril que combina glicose e cloreto de sódio, geralmente em concentrações de 5% de glicose e 0,9% de NaCl. Ele é utilizado para fornecer energia e eletrólitos ao organismo, sendo indicado em diversas situações clínicas, como reposição de fluidos, correção de desidratação e como veículo para administração de medicamentos intravenosos.

Soro ringer

O soro ringer é uma solução estéril que contém eletrólitos como sódio, potássio, cálcio e cloreto, em concentrações semelhantes às do plasma sanguíneo. Ele é amplamente utilizado em diversas situações clínicas, como reposição de fluidos e eletrólitos, tratamento de desidratação e como veículo para administração de medicamentos intravenosos.

Soro ringer com lactato

O soro ringer lactato é uma solução estéril que contém eletrólitos como sódio, potássio, cálcio, cloreto e lactato, em concentrações semelhantes às do plasma sanguíneo. Ele é amplamente utilizado em diversas situações clínicas, como reposição de fluidos e eletrólitos, tratamento de desidratação, queimaduras e como veículo para administração de medicamentos intravenosos.

Cálculos de gotejamento

O cálculo de gotejamento de soro é um procedimento matemático utilizado para determinar a velocidade de infusão de soluções intravenosas, como soro fisiológico ou medicamentos diluídos. Esse cálculo é essencial para garantir que o paciente receba a quantidade correta de líquido ou medicamento conforme a prescrição médica.

Macrogotas

Para calcular o gotejamento das infusões em equipo macrogotas utiliza-se a seguinte fórmula: gotas = volume / (tempo x 3). O volume é medido em mililitros (ml), o tempo em horas (h) e número 3 é uma constante.

Microgotas

Para calcular o gotejamento das infusões em equipo microgotas utiliza-se a seguinte fórmula: microgotas = volume / tempo. Dominar esse cálculo garante a administração segura e eficaz de soluções intravenosas, contribuindo para o sucesso do tratamento.

Reações adversas

As reações adversas a medicamentos são efeitos indesejáveis ou nocivos que ocorrem após a administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas para prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças. Elas são um importante foco de atenção na prática clínica, pois impactam a segurança do paciente e a eficácia do tratamento.

Classificação de Rawlins e Thompson

A classificação das reações adversas aos medicamentos, proposta por Rawlins e Thompson (1998), considera o mecanismo, a gravidade e a expectativa de sua ocorrência no indivíduo em uso de medicamentos. De acordo com essa classificação, as reações adversas dividem-se em: tipo A, tipo B, tipo C, tipo D e tipo E.

Tipo A: são reações previsíveis, dose-dependentes e geralmente relacionadas ao efeito farmacológico do medicamento, desaparecendo com a retirada do fármaco.

Tipo B: são reações imprevisíveis, não estão relacionadas à dose e podem ocorrer em qualquer paciente, independentemente da dose administrada.

Tipo C: são reações dependentes de dose e tempo que geralmente estão relacionadas ao uso prolongado do medicamento.

Tipo D: são as reações tardias que podem aparecer meses ou anos após o uso do medicamento.

Tipo E: é também chamada de síndrome da retirada. Essas reações ocorrem devido à interrupção abrupta do medicamento, causando uma síndrome de abstinência ou efeito rebote.

Tipo F: são reações que produzem falha terapêutica.

Essas reações podem variar de leves a graves e, em alguns casos, podem ser fatais.

Glicosídeos digitálicos

Os glicosídeos digitálicos ou cardiotônicos são medicamentos que atuam diretamente sobre a célula cardíaca, aumentando a sua contratilidade e, consequentemente, melhorando a capacidade bombeadora do coração, pois aumentam a adequação da circulação, diminuem a frequência ventricular na presença de fibrilação e flutter atrial, causando os seguintes efeitos: aumento do débito cardíaco; redução da pressão venosa; redução do volume sanguíneo, maior diurese e redução do edema.

Os principais medicamentos da classe dos glicosídeos digitálicos são: deslanosido, digitoxina, digoxina e metildopa.

Deslanosido

O deslanosido (cedilanide) é utilizado para o tratamento de insuficiência cardíaca aguda e arritmias cardíacas, como fibrilação atrial. Ele age aumentando a força de contração do músculo cardíaco (efeito inotrópico positivo) e regulando a frequência cardíaca, o que melhora o débito cardíaco e a perfusão tecidual. No entanto, seu uso requer monitoramento cuidadoso devido à sua estreita janela terapêutica e ao risco de toxicidade (Goodman & Gilman, 2020).

As principais contraindicações são pacientes com hipersensibilidade aos glicosídeos cardíacos, intoxicação digitálica prévia, arritmias ventriculares, bloqueio cardíaco avançado (segundo ou terceiro grau sem marcapasso), cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva e distúrbios eletrolíticos graves, como hipocalemia ou hipercalcemia.

Digitoxina

A digitoxina atua como um inotrópico positivo, ou seja, aumenta a força de contração do músculo cardíaco ao inibir a enzima Na⁺/K⁺-ATPase, o que resulta em maior disponibilidade de cálcio intracelular. Essa ação melhora a eficiência do coração no bombeamento de sangue, sendo útil no tratamento de certas doenças cardíacas.

A principal indicação da digitoxina é no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva e de certas arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial e o flutter atrial. O seu efeito cronotrópico negativo (redução da frequência cardíaca) e dromotrópico negativo (redução da condução atrioventricular) ajudam a controlar os batimentos cardíacos irregulares, tornando-a eficaz para pacientes com insuficiência cardíaca associada a arritmias supraventriculares.

As contraindicações incluem pacientes com hipersensibilidade à digitoxina, bloqueio atrioventricular de alto grau, bradicardia severa, síndrome do seio doente, hipocalemia, hipercalcemia, e insuficiência renal grave. Além disso, deve ser usada com extrema cautela em idosos e pacientes com disfunção hepática, pois a eliminação da digitoxina ocorre predominantemente pelo fígado.

Os efeitos adversos mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, fadiga, cefaleia, tontura e visão turva. Em casos de toxicidade digitálica, podem ocorrer arritmias ventriculares graves, como extrassístoles, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. Um sinal clássico de intoxicação digitálica é a alteração na percepção das cores, como visão amarelada (xantopsia).

Inotrópicos

Os medicamentos inotrópicos são fármacos que atuam diretamente sobre a força de contração do músculo cardíaco, aumentando ou diminuindo a contratilidade do coração. Eles são amplamente utilizados no tratamento de condições cardiovasculares, como insuficiência cardíaca, choque cardiogênico e arritmias que não respondem bem aos digitálicos, diuréticos e vasodilatadores e há necessidade de melhorar o desempenho cardíaco. Esses medicamentos podem ser classificados em inotrópicos positivos (aumentam a contratilidade) e inotrópicos negativos (reduzem a contratilidade).

Os inotrópicos mais utilizados são: digoxina, dobutamina, dopamina, dopexamina, enoximona, levosimendana, milrinona e noradrenalina.

Dobutamina

A dobutamina é usada para aumentar a contratilidade cardíaca no tratamento de insuficiência cardíaca aguda resultante tanto de doença cardíaca orgânica como de procedimentos cirúrgicos cardíacos.

Dose adultos:

2 ampolas (40 ml) em 210 ml de SF 0,9% ou SG 5%.

4 ampolas (80 ml) em 170 ml de SF 0,9% ou SG 5% (diluição concentrada).

Dopamina

A dopamina é utilizada para melhorar a pressão arterial, melhorar a força de contração do coração e os batimentos cardíacos em situações de choque grave na qual a queda de pressão arterial.

A dopamina é uma droga vesicante, fotossensível, incompatível com bicarbonato ou qualquer outra solução alcalina e deve ser administrada exclusivamente através de infusão intravenosa com a solução diluída antes da administração.

Betabloqueadores

Os betabloqueadores são uma classe de fármacos que reduzem a frequência cardíaca, a pressão arterial e o inotropismo (contração dos músculos cardíacos), atuando, assim, sinergicamente, no sentido de diminuir o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Eles foram descobertos por Sir James Black, em 1962, no Reino Unido, sendo o propranolol o primeiro a ser usado para tratamento de hipertensão arterial.

Os principais betabloqueadores são: atenolol, bisoprolol, carvedilol, esmolol, labetalol, metoprolol, nadolol, nebivolol, pindolol, propranolol, sotalol e timolol.

Esmolol

O cloridrato de esmolol é indicado para o controle rápido da frequência ventricular em paciente com fibrilação atrial ou "flutter" atrial em circunstâncias perioperatórias, pós-operatórias ou outras situações de emergência onde deseja-se um controle rápido com um agente de curta duração.

Anti-hipertensivos

Os betabloqueadores anti-hipertensivos mais utilizados são: aliskireno, anlodipino, atenolol, bisoprolol, candesartana, captopril, carvedilol, clortalidona, diltiazem, enalapril, eplerenona, esmolol, felodipina, furosemida, hidroclorotiazida, irbesartana, labetalol, losartana, metoprolol, minoxidil, nifedipina, olmesartana, perindopril, pindolol, propranolol, ramipril, telmisartana, valsartana e verapamil.

Antiarrítmicos

Os antiarrítmicos são usados no tratamento e na profilaxia das arritmias, pois controlam a frequência, a excitabilidade e a condução do estímulo cardíaco.

Os antiarrítmicos mais empregados são: adenosina, amiodarona, atenolol, bisoprolol, carvedilol, digoxina, diltiazem, disopiramida, dofetilida, esmolol, flecainida, ibutilida, lidocaína, mexiletina, procainamida, propafenona, propranolol, quinidina, sotalol e verapamil.

Vasodilatadores

Os medicamentos vasodilatadores são fármacos que promovem o relaxamento da musculatura dos vasos sanguíneos, resultando na dilatação das artérias e/ou veias. Essa ação reduz a resistência vascular periférica e/ou a pré-carga cardíaca, diminuindo a pressão arterial e melhorando o fluxo sanguíneo. Eles são amplamente utilizados no tratamento de condições como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, angina e emergências hipertensivas.

Os principais medicamentos da classe dos vasodilatadores são: anlodipino, bosentana, candesartana, captopril, diltiazem, dinitrato de isossorbida, enalapril, epoprostenol, flunarizina, hidralazina, irbesartana, lisinopril, losartana, macitentana, minoxidil, mononitrato de isossorbida, nifedipino, nitroglicerina, pentoxifilina, ramipril, sildenafila, tadalafila, valsartana e verapamil.

Nitratos

Os nitratos são medicamentos vasodilatadores que relaxam a musculatura lisa vascular, atuando em artérias e veias. Esses fármacos atuam promovendo a liberação de óxido nítrico, um potente vasodilatador que relaxa a musculatura lisa dos vasos sanguíneos, reduzindo a pré-carga e a pós-carga cardíaca.

Os principais medicamentos da classe dos nitratos são: dinitrato de isossorbida, nitroglicerina, nitroprussiato e propatilnitrato.

Nitroprussiato

Bloqueadores dos canais de cálcio

Os vasodilatadores bloqueadores dos canais de cálcio são uma classe de medicamentos amplamente utilizada no tratamento da hipertensão arterial, angina do peito e distúrbios do ritmo cardíaco. Esses fármacos atuam impedindo a entrada de íons cálcio (Ca²⁺) nas células musculares lisas dos vasos sanguíneos e no músculo cardíaco, promovendo relaxamento vascular e redução da contratilidade cardíaca.

Os principais medicamentos vasodilatadores da classe dos bloqueadores dos canais de cálcio são: anlodipino, diltiazem, nifedipino e verapamil.

Vasoconstritores

Os vasoconstritores ou vasopressores são medicamentos que atuam no aumento da resistência vascular e da pressão arterial. Eles atuam principalmente sobre a musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos, promovendo sua contração.

Os vasoconstritores geralmente agem por meio da ativação de receptores específicos na musculatura lisa vascular, como os receptores alfa-adrenérgicos. Quando esses receptores são estimulados, ocorre uma cascata de eventos intracelulares que levam ao aumento do cálcio dentro das células musculares lisas, resultando em contração e estreitamento do vaso.

Os principais medicamentos da classe dos vasoconstritores são: acetato de terlipressina, adrenalina, diidroergocristina, etilefrina, naftidrofurilo, norepinefrina e vasopressina.

Norepinefrina

A noradrenalina ou norepinefrina é uma droga muito efetiva no aumento da pressão arterial, em razão de sua ação predominantemente vasopressora. Ela é fotossensível e deve ser infundida em acesso venoso central.

Dose adulto:

1 amp (4 mg) em 246 ml de SG 5% (solução padrão).

2 amp (8 mg) em 242 ml de SG 5% (solução concentrada).

4 amp (16 mg) em 234 ml de SG 5% (2x concentrada - recomendado).

8 amp (32 mg) em 218 ml de SG 5% (4x concentrada - ou noradrenalina dobrada).

Ela é utilizada como droga vasopressora no tratamento do choque séptico, choque cardiogênico, choque hipovolêmico, na síndrome da resposta inflamatória sistêmica, hipotensão arterial refratária à reposição volêmica e na síndrome inflamatória pós circulação extracorpórea em pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Antianêmicos

Os antianêmicos são medicamentos utilizados para prevenir ou tratar a anemia, uma condição caracterizada pela redução na quantidade de glóbulos vermelhos ou de hemoglobina no sangue, resultando em diminuição da capacidade de transporte de oxigênio para os tecidos do corpo.

Os principais medicamentos da classe dos antianêmicos são: ácido fólico, cianocobalamina, darbepoetina alfa, eritropoetina, ferro, hidroxocobalamina e sulfato ferroso.

Antilipêmicos

Os antilipêmicos são medicamentos que atuam reduzindo o nível de colesterol ou triglicéridos do sangue. Eles são amplamente prescritos para prevenir e tratar doenças cardiovasculares, como aterosclerose, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), que estão associadas a níveis elevados de lipídios no sangue.

Os principais medicamentos da classe dos antilipêmicos são: atorvastatina, bezafibrato, colestiramina, colesevelam, colestipol, ezetimiba, fenofibrato, gemfibrozil, pravastatina, rosuvastatina, sinvastatina, alirocumabe, evolocumabe, bempedoico ácido, ácido eicosapentaenoico e ácido docosahexaenoico.

Reposiotores eletrolíticos

Os repositores de eletrólitos são substâncias ou medicamentos utilizados para repor ou equilibrar os níveis de eletrólitos no organismo. Eletrólitos são minerais que possuem carga elétrica e são essenciais para diversas funções fisiológicas, como a regulação do equilíbrio hídrico, a condução de impulsos nervosos, a contração muscular e a manutenção do pH sanguíneo.

Os principais eletrólitos incluem: bicarbonato (HCO₃⁻), cálcio (Ca²⁺), cloreto (Cl⁻), magnésio (Mg²⁺), potássio (K⁺) e sódio (Na⁺).

Anticoagulantes

Os anticoagulantes são medicamentos indicados para prevenir a formação de coágulos no sangue. Eles atuam interferindo no processo de coagulação do sangue, que envolve uma série de reações em cascata dependentes de fatores de coagulação. Esses medicamentos são amplamente utilizados para prevenir e tratar condições trombóticas, como trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP), acidente vascular cerebral (AVC) e fibrilação atrial.

Os principais medicamentos da classe dos anticoagulantes são: acenocumarol, apixabana, argatroban, bemiparina, dabigatrana, dalteparina, edoxabana, enoxaparina, fondaparinux, heparina, rivaroxabana e varfarina.

Trombolíticos

Os trombolíticos ou fibrinolíticos são usados para dissolver coágulos sanguíneos (trombos) que obstruem vasos sanguíneos, restabelecendo o fluxo sanguíneo. Eles atuam ativando o sistema de fibrinólise, um mecanismo natural do organismo que quebra a fibrina, a proteína que forma a estrutura dos coágulos.

Os principais medicamentos da classe dos trombolíticos são: ácido acetilsalicílico, alteplase, dipiridamol, eliquis, enoxaparina, estreptoquinase, femprocumona, fenindiona, heparina, reteplase, rivaroxabana, tenecteplase e uroquinase.

Antiagregante plaquetário

Os antiagregantes plaquetários são medicamentos que inibem a agregação das plaquetas, células sanguíneas envolvidas na formação de coágulos.

Eles atuam impedindo a ativação e a adesão das plaquetas umas às outras, reduzindo o risco de formação de trombos (coágulos) em vasos sanguíneos. Esses medicamentos são amplamente utilizados para prevenir eventos trombóticos, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e trombose em pacientes com doenças cardiovasculares.

Antagonista da vitamina K

Os antagonistas da vitamina K são uma classe de medicamentos anticoagulantes que atuam inibindo a ação da vitamina K, um nutriente essencial para a síntese de fatores de coagulação no fígado.

Coagulantes

Os coagulantes são medicamentos que promovem a coagulação do sangue, ajudando a controlar ou prevenir sangramentos. Eles são utilizados em situações em que há necessidade de acelerar a formação de coágulos, como em casos de hemorragias, distúrbios de coagulação ou durante procedimentos cirúrgicos.

Os principais medicamentos da classe dos coagulantes são: ácido aminocaproico, ácido tranexâmico, carbazocromo, etansilato, fitomenadiona, protamina, vitamina k1 e vitamina k2.

Hemostáticos

Os hemostáticos são substâncias ou medicamentos que ajudam a controlar ou parar sangramentos, promovendo a hemostasia (processo natural de interrupção do sangramento). Eles são utilizados em situações de hemorragia, seja por trauma, cirurgia ou distúrbios de coagulação.

Os principais medicamentos da classe dos hemostáticos são: ácido aminocaproico, ácido tranexâmico, carbazocromo, colágeno, esponja de gelatina absorvível, etamsilato, fibrina, trombina e vitamina k1.

Ácido tranexâmico

O ácido tranexâmico (Transamin®) preserva a estabilidade dos coágulos sanguíneos e evita que eles se dissolvam. Ele não ativa a cascata de coagulação, sua ação apenas preserva o coágulo, formando o mecanismo hemostático mais eficiente, reduzindo a intensidade e os riscos de sangramento.

Dose adulto:

4 ampolas (1g) em 100 ml de SF 0,9% (dose de ataque).

4 ampolas (1g) em 250 ml de SF 0,9% (dose de manutenção).

O tratamento deve ser iniciado preferencialmente nas primeiras 3 horas após o trauma para garantir maior eficácia na redução da mortalidade.

Descongestionantes nasais

Os descongestionantes nasais são drogas que atuam na mucosa nasal produzindo vasoconstrição, reduzindo o fluxo sanguíneo e aliviando sintomas de distúrbios como rinite alérgica, coriza aguda e sinusite.

Os principais medicamentos da classe dos descongestionantes nasais são: adrenalina, cloreto de sódio, efedrina, nafazolina, oximetazolina e pseudoefedrina.

Antitussígenos

A tosse é um ato fisiológico protetor, parcial sob controle voluntário, sua função é expelir as substâncias irritantes ou excesso de secreção do trato respiratório, os antitussígenos são medicamentos que inibem ou suprimem o ato de tossir.

Antitussígenos centrais

Os antitussígenos centrais são medicamentos que atuam no sistema nervoso central (SNC), especificamente no centro da tosse localizado no bulbo cerebral, para suprimir o reflexo da tosse. Eles são utilizados para aliviar a tosse seca e irritativa, que não está associada à produção de secreções (expectoração). Esses medicamentos são especialmente úteis quando a tosse é persistente, dolorosa ou interfere no sono e nas atividades diárias.

Os principais medicamentos da classe dos antitussígenos centrais são: butamirato, clobutinol, codeína, dextrometorfano e fedrilato.

Antitussígenos periféricos

Os antitussígenos de ação periférica impedem a chegada do impulso e do reflexo da tosse. Eles atuam nas vias aéreas periféricas, reduzindo a sensibilidade dos receptores da tosse localizados na mucosa respiratória.

Expectorantes e mucolíticos

Os expectorantes mucolíticos são medicamentos ou substâncias que ajudam a fluidificar e eliminar o muco (catarro) das vias aéreas, facilitando a expectoração. Eles são utilizados no tratamento de condições respiratórias caracterizadas por acúmulo de secreções espessas e difíceis de expelir, como bronquite, pneumonia, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e resfriados com tosse produtiva.

Expectorantes

Os expectorantes e mucolítico são drogas que agem favorecendo a eliminação de secreção traqueobrônquica. Eles ajudam a melhorar a função pulmonar, reduzir a tosse e prevenir complicações, como infecções secundárias.

Os principais da classe dos expectorantes são: benzoato de sódio, guaifenesina, iodeto de potássio e xarope de ipeca.

Mucolíticos

Os mucolíticos têm efeitos fluidificantes, com a finalidade de modificar a produção e a viscosidade do muco dentro dos pulmões, tornando-os menos espessos e facilitando o deslocamento para a laringe estimulando a tosse, geralmente a sua prescrição é feita para os pacientes que possuem tosse crônica.

Os principais medicamentos da classe dos mucolíticos são: acetilcisteína, ambroxol, bromexina, carbocisteína, dornase alfa, erdosteína, mesna, neltenexina e sobrerol.

Broncodilatadores e antiasmáticos

Os broncodilatadores e antiasmáticos são fármacos que têm a finalidade de promover a dilatação dos brônquios, a principal via de administração é inalatória, devido à ação direta nas vias aéreas e a menor incidência dos efeitos colaterais, existem também fármacos na forma de comprimidos, líquidos e formas injetáveis.

Os principais medicamentos da classe dos broncodilatadores e antiasmáticos são: aminofilina, beclometasona, budesonida, ciclesonida, epinefrina, fenoterol, fluticasona, formoterol, ipratrópio, montelucaste, salbutamol, salmeterol, terbutalina, teofilina e tiotrópio.

Analépticos

Os analépticos são drogas que estimulam o centro respiratório, aumentando a frequência e a profundidade da respiração, além de provocar relaxamento da musculatura da árvore brônquica.

Os principais medicamentos da classe dos analépticos são: aminofilina, cafeína, doxapram, etamivano, lobelina, nicetamida e pentilenotetrazol.

Tensoativos pulmonares

Os tensoativos pulmonares ou surfactantes são substâncias essenciais para o funcionamento adequado dos pulmões. Eles são compostos por uma mistura de lipídios e proteínas que reduzem a tensão superficial no interior dos alvéolos pulmonares, prevenindo o colapso das pequenas vias aéreas durante a expiração, essas drogas são muito utilizadas na síndrome do desconforto respiratório dos recém-nascidos.

Gases medicinais

Os gases medicinais são substâncias gasosas utilizadas em ambientes médicos e hospitalares para fins terapêuticos, diagnósticos ou como parte de procedimentos clínicos. Eles desempenham um papel essencial em diversas áreas da medicina, como anestesiologia, terapia intensiva, emergência e reabilitação pulmonar.

As redes de distribuição deverão ser identificadas por cor específicas para cada gás, conforme segue: Verde - Oxigênio Azul Marinho - Óxido Nitroso Amarelo - Ar comprimido medicinal Cinza - Vácuo medicinal.

Oxigenioterapia

A oxigenioterapia é o tratamento que objetiva aumentar o oxigênio inspirado nos casos de hipóxia e para prevenir o trabalho cardiovascular excessivo. O objetivo é aumentar a concentração de oxigênio no sangue, melhorando a oxigenação dos tecidos e órgãos e, assim, prevenir complicações associadas à baixa oxigenação, como danos celulares e falência de órgãos.

As principais indicações para a oxigenoterapia incluem: hipoxemia, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, durante cirurgias e em lesões pulmonares.

Os principais cuidados de enfermagem ao paciente em oxigenoterapia incluem: escolher os dispositivos adequados, avaliação dos sinais vitais, monitoramento contínuo da saturação de oxigênio e ajustar a oxigênioterapia conforme a necessidade. O cilindro de oxigênio deve ser armazenado em local fresco e arejado, protegido da luz solar direta e de fontes de calor, com a válvula fechada quando não estiver em uso.

Ozonoterapia

A ozonoterapia é uma terapia médica que consiste em administrar o ozônio no corpo, que é um gás composto por 3 átomos de oxigênio (O3), pois ajuda a melhorar a oxigenação dos tecidos, a aumentar a resposta do sistema imunológico a doenças infecciosas.

Substitutivos das secreções gastrointestinais

Os substitutivos das secreções gastrointestinais são utilizados nos casos em que a secreção de determinada substância esteja diminuída ou abolida, prejudicando o bom funcionamento do sistema digestório.

Os principais medicamentos da classe dos substitutivos das secreções gastrointestinais são: ácido clorídrico, anfepramona, aspartato de ornitina, pepsina e pancreatina.

Antiespasmódicos

Os antiespasmódicos são um grupo de substâncias que previnem ou interrompem a contração dolorosa e involuntária dos músculos do intestino, abdome e sistema reprodutor.

Os principais medicamentos da classe dos antiespasmódicos são: butilescopolamina, diciclomina, hiosciamina, mebeverina, otilônio, papaverina, pinavério, propantelina e trimebutina.

Hipoglicemiantes injetáveis

A insulinoterapia visa substituir o um hormônio produzido naturalmente pelo corpo para controlar os níveis de glicose no sangue, mas quando não se produz em quantidade suficiente ou quando a sua função está diminuída, como acontece na diabetes, pode ser necessário utilizar insulina sintética e injetável.

Os principais medicamentos da classe dos hipoglicemiantes injetáveis são: exenatida, insulina aspart, insulina degludeca, insulina detemir, insulina glargina, insulina glulisina, insulina humana, insulina lispro, liraglutida, lixisenatida, pramlintida e semaglutida.

Insulina semanal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 07 de março de 2025, a primeira insulina semanal do mundo para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 1 e 2 no Brasil.

A medicação é chamada de Awiqli, produzida pela farmacêutica Novo Nordisk e o seu mecanismo de ação consiste em ligar-se a uma proteína chamada albumina, que permite uma liberação lenta e sustentada ao longo da semana.

A sua estrutura química permite uma ligação estável com a albumina plasmática, resultando em uma meia-vida prolongada de aproximadamente 196 horas (cerca de 8,1 dias), o que possibilita a administração uma vez por semana. Essa abordagem pode ser especialmente benéfica para pacientes que têm dificuldade em seguir regimes de tratamento mais complexos.

Insulina ultralenta

A insulina de ação ultralenta ou ultralonga tem aparência límpida e sua ação pode durar até dois dias, ela não possui pico de ação: glargina (lantus). Esse tipo de insulina não pode ser misturada na mesma seringa com qualquer outro tipo de insulina.

Insulina lenta ou prolongada

A insulina de ação lenta ou prolongada tem aparência límpida e o início de sua ação é aproximadamente 90 minutos após a administração, sem pico de ação e sua duração é de 16 a 24 horas: degludeca (teresina) e detemir (levemir). Esse tipo de insulina não pode ser misturada na mesma seringa com qualquer outro tipo de insulina.

Insulina de ação intermediária

A insulina de ação intermediária tem aparência turva e age durante a metade do dia e tem início de 1 a 3 horas após a administração, pico de ação entre 5 a 8 horas e duração de até 18 horas: Humulin N, Neutra Protamina de Hagedorn (NPH) e Novolin N.

Insulina de ação rápida

A insulina de ação rápida é conhecida como insulina regular que têm início da ação 30 minutos após a administração, pico de ação entre 2 a 3 horas e duração máxima de 6 horas: Humulin e Novolin.

Gliemia (m/dl) Dose de insulina regular (UI)
Até 200 0
200 - 250 4
250 - 300 6
300 - 350 8
350 - 400 10
Acima de 400 Comunicar ao médico

Insulina de ação ultrarrápida

A insulina ultrarrápida têm início da ação praticamente imediato de 10 a 15 minutos após a administração (esperta), pico de ação entre 1 a 2 horas e duração de 3 a 5 horas: asparte, glulisina e lispro.

Ela tem aparência límpida e pode ser injetada imediatamente antes de uma refeição ou, em alguns casos, depois de uma refeição. Ela deixa a corrente sanguínea rapidamente, minimizando o risco de hipoglicemia durante várias horas após a refeição.

Glulisina

A glulisina (Apidra®) é uma insulina análoga de ação ultrarrápida indicada para o controle da glicemia pós-prandial em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2. A sua estrutura permite absorção mais rápida que a insulina humana regular, com início de ação em cerca de 10 a 15 minutos, pico entre 1 e 2 horas, e duração média de 3 a 5 horas.

Asparte

A asparte (NovoRapid®), é uma insulina de ação ultrarrápida, indicada para o controle da glicemia pós-prandial em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2. O seu início de ação ocorre cerca de 10 a 20 minutos após a aplicação subcutânea, com pico de ação entre 1 a 3 horas e duração de até 3 a 5 horas, dependendo da resposta individual do paciente.

Lispro

A insulina lispro é uma insulina monomérica, produzida por tecnologia recombinante, em que dois aminoácidos situados próximo à extremidade carboxi-terminal da cadeia B tiveram a sua posição invertida.

Hipoglicemiante orais

Os hipoglicemiantes orais são indicados para pacientes com diabetes tipo II para reduzir os níveis de glicose no sangue (glicemia). Eles atuam por meio de diferentes mecanismos, como aumento da secreção de insulina, melhora da sensibilidade à insulina, redução da produção hepática de glicose ou diminuição da absorção de carboidratos no intestino. Esses medicamentos são fundamentais no controle da glicemia, ajudando a prevenir complicações crônicas do diabetes, como neuropatia, retinopatia e nefropatia.

Inibidores da alfa-glicosidase

Os inibidores da alfa-glicosidase são antagonistas enzimáticos da amilase e sucrase, eles atuam no intestino diminuindo a absorção de glicose. Os principais inibidores da alfa-glicosidase são: acarbose, miglitol, galvus e voglibose.

Biguanidas

As biguanidas aumentam a quantidade e afinidade de receptores de insulina melhorando a resistência à insulina. A metformina é atualmente o único fármaco do grupo das biguanidas ainda comercializado, já que seus similares fenformina e buformina foram proibidos na década de 1970 devido aos seus efeitos tóxicos.

As biguanidas atuam melhorando a produção hepática de glicose por estresse da gliconeogênese e glicogenólise hepática . Além disso, aumenta a sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos, melhorando a captação e utilização da glicose pelas células musculares e reduz a absorção de glicose no intestino.

O efeito da metformina é mediado, em parte, pela ativação da proteína quinase ativada por AMP (AMPK), uma enzima que regula o metabolismo energético celular e que diferente de outras classes de antidiabéticos, como as biguanidas não estimulam a estimulação da insulina, o que reduz o risco de hipoglicemia.

Inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2

Os inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 atuam bloqueando a reabsorção de glicose nos túbulos proximais dos rins, promovendo sua eliminação pela urina (glicosúria) e reduzindo os níveis de glicose no sangue.

Os principais medicamentos da classe dos inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 são: canagliflozina, dapagliflozina, ertugliflozina, ipragliflozina e sotagliflozina.

Agonistas do receptor do glucagon-like peptide-1

Os agonistas do receptor do glucagon-like peptide-1 são indicados para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 e para o controle do peso em pacientes com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades.

O seu mecanismo de ação envolve a estimulação da secreção de insulina de forma glicose-dependente, o que reduz o risco de hipoglicemia, além de retardar o esvaziamento gástrico e promover a sensação de saciedade, auxiliando na perda de peso.

Os principais agonistas do receptor do glucagon-like peptide-1 são: albigllutida, dulaglutida, exenatida, liraglutida, semaglutida e tizerpatida.

Tiazolidinedionas

As tiazolidinedionas são drogas que diminui a gliconeogênese e a disponibilidade de ácidos graxos livres, eles aumentam a sensibilidade à ação da insulina no fígado, músculos e adipócitos, diminuindo a resistência periférica.

Os principais medicamentos da classe dos tiazolidinedionas são: rosiglitazona e pioglitazona.

Sulfoniluréias

Os sulfonilureias são hipoglicemiantes que aumentam os receptores de insulina facilitando a sua ação. Eles podem causar hipoglicemia e aumento de peso, por isso, são indicados para pessoas não obesas.

Primeira geração: acetoexamida, clorpropamida, tolbutamida e tolazamida.

Segunda geração: glipizida, gliclazida, glibenclamida e gliquidona.

Terceira geração: glimepirida.

Secretagogos de insulina

Os secretagogos de insulina são drogas que aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas. Eles são utilizados principalmente no tratamento do diabetes mellitus tipo II, quando a produção de insulina pelo pâncreas está reduzida, mas ainda presente. Esses medicamentos ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue, especialmente após as refeições, quando há um aumento natural da glicemia.

Os principais secretagogos de insulina são: glibenclamida, gliclazida, glimepirida, glipizida, nateglinida e repaglinida.

Antisecretores

Os são medicamentos que atuam nas secreções normais do sistema digestório e são usados como coadjuvantes no tratamento de úlceras gástricas e duodenais ou em espasmos viscerais. Os principais são: escopolamina, brometo de emeprônio, pinavério, propantelina e dicicloverina.

Os principais medicamentos da classe dos anti-secretores são: brometo de emeprônio, dicicloverina, escopolamina, pinavério e propantelina.

Antiulcerosos

Os antiulcerosos são medicamentos utilizados para prevenir, tratar ou aliviar os sintomas de úlceras gastrointestinais, que são lesões na mucosa do estômago, duodeno ou esôfago. Esses medicamentos atuam reduzindo a produção de ácido gástrico, protegendo a mucosa ou promovendo a cicatrização das lesões. Eles são amplamente utilizados no tratamento de doenças como úlcera péptica, gastrite, refluxo gastroesofágico (DRGE) e síndrome de Zollinger-Ellison.

Anti-histamínicos H2

Os anti-histamínicos H2 ou antagonistas dos receptores de histamina ou simplesmente antialérgicos, são medicamentos que bloqueiam a ação da histamina, uma substância química liberada pelo sistema imunológico durante reações alérgicas. A histamina é responsável por muitos dos sintomas associados a alergias, como coceira, vermelhidão, inchaço e produção de muco.

Os principais medicamentos da classe dos anti-histamínicos H2 são: cimetidina, famotidina, nizatidina e ranitidina.

Inibidores da bomba protônica

Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) são uma classe de medicamentos amplamente utilizados para reduzir a produção de ácido gástrico no estômago. Eles atuam bloqueando a enzima H⁺/K⁺ ATPase (também conhecida como "bomba de prótons"), que é responsável pela secreção de ácido clorídrico pelas células parietais do estômago. Ao inibir essa enzima, os IBPs reduzem significativamente a acidez gástrica, sendo eficazes no tratamento de diversas condições relacionadas ao excesso de ácido.

Os principais medicamentos da classe dos inibidores da bomba protônica são: dexlansoprazol, esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol e rabeprazol.

Antiácidos

Os antiácidos são medicamentos capazes de neutralizar localmente o ácido clorídrico gástrico por períodos prolongados, sendo úteis no tratamento de gastrites, úlceras gástricas, úlceras pépticas e úlceras duodenais.

Os principais medicamentos da classe dos antiácidos são: carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, magaldrato e simeticona.

Eméticos

Os eméticos são substâncias ou medicamentos que induzem o vômito, estimulando o centro do vômito localizado no bulbo cerebral. Eles são utilizados em situações específicas, como intoxicações agudas, para remover substâncias tóxicas do estômago antes que sejam absorvidas pelo organismo.

Os principais medicamentos da classe dos eméticos são: apomorfina e xarope de ipeca.

Antieméticos

Os antieméticos são medicamentos que atuam na mucosa gástrica ou sistema nervoso autônomo evitando náuseas e vômitos. Eles atuam bloqueando os receptores envolvidos no reflexo do vômito, que é controlado pelo centro do vômito no bulbo cerebral e pela zona de gatilho quimiorreceptora (ZQC), localizada na área posterior do cérebro.

Os principais da classe dos antieméticos são: aprepitanto, bromoprida, buclizina, ciclizina, dimenidrinato, domperidona, dolasetrona, dronabinol, fosaprepitanto, granisetrona, haloperidol, levomepromazina, meclizina, metoclopramida, nabilona, ondansetrona, palonossetrona, proclorperazina, prometazina, rolapitanto e tropisetrono.

Agentes procinéticos

Os agentes procinéticos são fármacos que atuam de modo a aumentar a pressão do esfíncter esofágico inferior, diminuir a regurgitação e acelerar o esvaziamento gástrico. Como representantes dessa classe de fármacos, temos: bromoprida, cisaprida, domperidona, metoclopramida; apesar de todos pertencerem à mesma classe, possuem atuação e efeitos colaterais distintos.

Anorexígenos

Os anorexígenos são medicamentos utilizados para auxiliar no controle de peso, saciados como supressores de apetite. Eles atuam principalmente no sistema nervoso central, modulando os neurotransmissores responsáveis pela sensação de fome e saciedade.

Os principais medicamentos da classe dos anorexígenos são: anfetamina, benzfetamina, fentermina, lorcaserina, mazindol e sibutramina.

Antidopaminérgicos

Os antidopaminérgicos são uma classe de medicamentos que bloqueiam os receptores de dopamina no sistema nervoso central (SNC) e, em alguns casos, no sistema nervoso periférico. Eles são utilizados no tratamento de diversas condições, como distúrbios psiquiátricos, náuseas e vômitos, e doenças do movimento. A dopamina é um neurotransmissor envolvido em funções como controle motor, motivação, prazer e regulação hormonal, e sua modulação pode ter efeitos terapêuticos significativos.

Os principais medicamentos da classe dos antidopaminérgicos são: amisulprida, clorpromazina, domperidona, haloperidol, levomepromazina, metoclopramida, olanzapina, pimozida, proclorperazina, risperidona, sulpirida, tioridazina e trifluoperazina.

Catárticos

Os são também chamados de purgativos ou laxativos são medicamentos que atuam como estimuladores do peristaltismo ou como lubrificante das paredes intestinais facilitando a eliminação das fezes.

Eles são indicados em casos de constipação severa ou para preparação de exames médicos, como colonoscopias. No entanto, devem ser usados com cautela, pois podem causar efeitos colaterais como desidratação, desequilíbrio eletrolítico e dependência intestinal.

Os principais medicamentos da classe dos catárticos são: bisacodil, docusato sódico, fosfato de sódio, hidróxido de magnésio, lactulose, lubiprostona, manitol, picosulfato de sódio, polietilenoglicol, senosídeos e sorbitol.

Antifiséticos

Os antifiséticos são medicamentos que modificam a tensão superficial das bolhas de ar contidas no interior do trato gastrintestinal, facilitando a liberação de gases.

Os principais medicamentos da classe dos antifiséticos são: dimeticona e simeticona.

Simeticona

A simeticona é um medicamento utilizado com finalidade antiflatulenta, atuando na redução de gases intestinais. Ela atua como um agente antiespumante, facilitando a coalescência de bolhas de gás no trato gastrointestinal e promovendo sua eliminação fisiológica.

O seu mecanismo de ação está baseado na diminuição da tensão superficial das bolhas de gás no trato gastrointestinal, facilitando sua eliminação por eructações ou flatos. Ela não é absorvida pelo trato digestivo, agindo localmente no estômago e intestinos.

Antidiarreicos

Os antidiarreicos são medicamentos utilizados nas síndromes diarreicas, pois diminuem o peristaltismo e protegem a mucosa intestinal inflamada. Eles atuam de diferentes formas, como reduzindo a motilidade intestinal, absorvendo toxinas ou repondo fluidos e eletrólitos perdidos. O uso de antidiarreicos deve ser cuidadoso, pois a diarreia pode ser um mecanismo de defesa do corpo para eliminar toxinas ou patógenos.

Antiperistálticos

Os antiperistálticos são medicamentos que reduzem a motilidade intestinal, diminuindo a frequência e a intensidade dos movimentos peristálticos (contrações rítmicas do intestino que impulsionam o conteúdo fecal). Eles são utilizados principalmente para o tratamento da diarreia aguda, ajudando a controlar os sintomas e a melhorar a consistência das fezes.

Protetore da mucosa

Os protetores da mucosa são medicamentos ou substâncias que ajudam a proteger a mucosa gástrica ou intestinal de agressões causadas por ácido gástrico, enzimas digestivas, medicamentos (como anti-inflamatórios não esteroidais - AINEs) ou infecções (como a causada pela bactéria Helicobacter pylori). Eles atuam formando uma barreira física sobre a mucosa, promovendo a cicatrização de lesões ou prevenindo danos.

Carboximetilcelulose

Os carboximetilcelulose são agentes colóides que absorvem água e aumentam o volume fecal, usados na diarreia branda e síndrome do intestino irritável. Em seu mecanismo de ação, eles podem atuar como géis, modificando a consistência e viscosidade das fezes.

Probióticos

Os probióticos são alimentos ou medicamentos que causam alterações na flora intestinal necessária para a saúde, podendo aparecer devido ao uso de medicamentos e, principalmente, antibióticos que costumam varrer essa flora comensal, sendo posteriormente necessária a reposição dessa flora.

Adsorventes gastrointestinais

Os adsorventes gastrointestinais são usados como antídotos para alguns casos de envenenamento e como antidiarreico. Eles são usados na medicina para corrigir venenos como alcalóides que foram engolidos de forma a atrasar e inibir a sua absorção pela corrente sanguínea.

Os principais medicamentos da classe dos adsorventes gastrointestinais são: carvão ativado, caulim, dióxido de silício, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e pectina.

Diuréticos

Os diuréticos são drogas úteis no tratamento do edema e hipertensão arterial, eles são capazes de aumentar a produção de urina, diminuindo o volume extracelular e eliminando eletrólitos como: sódio, cloro, potássio e bicarbonato.

Os diurético mais utilizados são: acetazolamida, amilorida, bumetanida, clortalidona, espironolactona, furosemida, hidroclorotiazida, indapamida, manitol, metolazona, torasemida e triantereno.

Diuréticos poupadores de potássio

Os diuréticos poupadores de potássio agem inibindo os canais condutores de sódio no túbulo coletor, eliminam sal e água porém poupam o potássio, reduzindo o risco de hipocalemia: amilorida, espironolactona, eplerenona e triantereno.

Tiazídicos

O mecanismo de ação dos diuréticos tiazídicos consiste em inibir a ação do íon transportador Nacl- no túbulo distal com aumento de eliminação de Na +, Cl-, K+ e água.

Os principais diuréticos da classe dos tiazídicos são: clortalidona, hidroclorotiazida, indapamida e metolazona.

Diuréticos de alça

Os diuréticos de alça atuam nos túbulos ascendente proximal e distal inibindo a reabsorção de sódio e cloro: furosemida, bumetanida, piretanida, torasemida, amilorida, indapamida.

Uricosúricos

Os uricosúricos são uma classe de medicamentos utilizados para tratar condições relacionadas ao excesso de ácido úrico no sangue, como a gota e a hiperuricemia. Eles atuam aumentando a excreção renal de ácido úrico, reduzindo seus níveis no sangue e prevenindo a formação de cristais de urato que podem causar inflamação e dor.

Os principais medicamentos da classe dos uricosúricos são: benzbromarona, lesinurada e probenecida.

Inibidores da anidrase carbônica

Os inibidores da anidrase carbônica agem inibindo a anidrase carbônica, que é uma enzima que participa do transporte de gás carbônico e do controle do pH do sangue. Assim, uma vez que essa enzima é inibida, aumenta a eliminação de bicarbonato de sódio e água pela urina.

Os principais medicamentos da classe dos inibidores da anidrase carbônica são: acetazolamida, brinzolamida, dorzolamida e metazolamida.

Vaptanos

Os vaptanos são antagonistas do receptor de vasopressina, ou seja, medicamentos que bloqueiam a ação da vasopressina, sendo seletivamente ativos contra o receptor V2 da vasopressina.

A vasopressina (hormônio antidiurético – ADH) atua em dois tipos principais de receptores no organismo:

Receptores V1: localizados no músculo liso vascular, promovem vasoconstrição.

Receptores V2: localizados principalmente nos túbulos coletores renais, regulam a reabsorção de água por meio da ativação das aquaporinas-2 (AQP2) , aumentando a retenção de água e concentrando a urina.

Os vaptanos são antagonistas competitivos do receptor V2, ou seja, impedem a ação da vasopressina nesses receptores. Com isso, ocorre uma redução da reabsorção de água, resultando em um aumento da diurese sem perda significativa de eletrólitos, aparentemente conhecido como aquarese. Isso é a diferença entre os diuréticos de forma convencional, que promovem a excreção tanto de água quanto de eletrólitos.

Os principais medicamentos da classe dos vaptanos são: conivaptanos, lixivaptana, mozavaptana, satavaptana e tolvaptana.

Diuréticos osmóticos

Os diuréticos osmóticos são uma classe de medicamentos que promovem a diurese (aumento da produção de urina) ao aumentar a osmolaridade do filtrado glomerular no rim, impedindo a reabsorção de água e eletrólitos. Eles são frequentemente utilizados em situações específicas, como o tratamento de edema cerebral, hipertensão intracraniana e para prevenir a insuficiência renal aguda em certos contextos.

Antissépicos urinários

Os antissépticos urinários são medicamentos utilizados para tratar infecções do trato urinário (ITUs), atuando diretamente na urina e no trato urinário para eliminar bactérias ou impedir seu crescimento. Eles são frequentemente usados em casos de infecções urinárias não complicadas, especialmente quando os antibióticos convencionais não são adequados ou quando se deseja evitar o uso prolongado de antibióticos.

Os principais medicamentos da classe dos antissépticos urinários são: ácido nalidíxico, cinoxacina, fosfomicina, metenamina, nitrofurantoína e norfloxacina.

Ocitotócicos

Os ocitócicos são medicamentos ou substâncias que estimulam as contrações uterinas, sendo utilizados principalmente em obstetrícia para induzir ou acelerar o trabalho de parto, controlar hemorragias pós-parto ou promover a expulsão do feto em casos de abortamento. Eles atuam diretamente no músculo uterino, aumentando sua contratilidade.

Os principais medicamentos da classe dos ocitócicos são: carbetocina, dinoprostona, ergometrina, misoprostol, ocitocina e sulprostona.

Relaxantes uterinos

Os relaxantes uterinos ou tocolíticos são medicamentos utilizados para inibir as contrações uterinas e retardar ou interromper o trabalho de parto prematuro. Eles são indicados em situações em que o parto prematuro pode ser evitado, permitindo ganhar tempo para administrar corticosteroides (que ajudam a amadurecer os pulmões do feto) ou para transferir a gestante para um centro com recursos adequados para o cuidado neonatal.

Os principais medicamentos da classe dos relaxantes uterinos são: atosibano, fenoterol, hexoprenalina, indometacina, nifedipina, ritodrina, sulfato de magnésio e terbutalina.

Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos são drogas que competem com a histamina, impedindo-a de agir, ou seja, agem nas reações alérgicas causadas por agentes extrínsecos, opondo-se à ação da histamina nos vasos sanguíneos e músculos lisos, sem interferir na secreção gástrica.

A histamina atua como um neurotransmissor que aumenta a irrigação sanguínea no local da reação indicando ao sistema nervoso que existe uma reação alérgica ou inflamação em determinado local. Quando a histamina é produzida em excesso no organismo pode ocorrer alguns efeitos como: taquicardia, redução do calibre dos brônquios, aumento da secreção do ácido clorídrico no estômago e aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo.

Os principais medicamentos da classe dos anti-histamínicos são: azelastina, bilastina, bronfeniramina, cetirizina, ciproheptadina, clemastina, cimetidina, desloratadina, difenidramina, dimetindeno, doxilamina, ebastina, fexofenadina, hidroxizina, levocetirizina, loratadina, meclizina, mepiramina, olopatadina, prometazina, ranitidina e rupatadina.

Glicocorticosteroides

Os glicocorticosteroides são medicamentos derivados de hormônios das glândulas supra-renais, com propriedades anti-inflamatórias, antialérgicas e antirreumáticas.

Os principais medicamentos da classe dos glicocorticosteroides são: beclometasona, betametasona, budesonida, cortisona, deflazacorte, dexametasona, fludrocortisona, fluticasona, hidrocortisona, metilprednisolona, mometasona, prednisolona, prednisona e triancinolona.

Analgésicos

Os analgésicos, que também apresentam ação antipirética, têm a função de suprimir ou diminuir a dor leve ou moderada. Alguns ainda apresentam ação anti-inflamatória e antirreumática. Os antibióticos potencializam a ação dos agentes anestésicos, podendo provocar depressão respiratória. Por esse motivo é de extrema importância observar e monitorar o paciente sempre, atentando-se aos medicamentos que ele já está em uso.

Os principais medicamentos da classe dos analgésicos são: ácido acetilsalicílico, alfentanil, buprenorfina, butorfanol, celecoxibe, cetamina, cetoprofeno, codeína, dexketoprofeno, diclofenaco, diflunisal, dipirona, etoricoxibe, fenoprofeno, fentanil, flurbiprofeno, hidrocodona, hidromorfona, ibuprofeno, indometacina, ketoprofeno, ketorolaco, lidocaína, meperidina, metamizol, metadona, morfina, nabumetona, naproxeno, nimesulida, oxicodona, oximetazolina, paracetamol, pentazocina, petidina, piroxicam, propoxifeno, remifentanil, sufentanil, tapentadol e tramadol.

Não opiódes

Os analgésicos não opióides são medicamentos amplamente utilizados para o alívio da dor leve a moderada e para a redução da inflamação e da febre. Ao contrário dos opioides, esses medicamentos não atuam nos receptores opioides no sistema nervoso central, o que reduz significativamente o risco de dependência e abuso. Eles são frequentemente a primeira linha de tratamento para diversas condições dolorosas e inflamatórias, os mais utilizados são: dipirona e paracetamol.

Os principais analgésicos da classe dos não opioides são: ácido acetilsalicílico, celecoxibe, cetoprofeno, dexketoprofeno, diclofenaco, diflunisal, dipirona, etoricoxibe, fenoprofeno, flurbiprofeno, ibuprofeno, indometacina, ketoprofeno, ketorolaco, metamizol, nabumetona, naproxeno, nimesulida, paracetamol e piroxicam.

Opiodes

Os analgésicos opioides correspondem a importante recurso farmacológico para o manejo da dor. Eles incluem derivados naturais do ópio, bem como agentes sintéticos e semissintéticos que produzem seus efeitos através de sua ação sobre receptores de opioides. No sistema nervoso central estes receptores encontram-se concentrados no tálamo, na substância cinzenta periaquedutal e no corno dorsal da medula.

Os analgésicos opioides mais utilizados são: alfentanil, buprenorfina, butorfanol, codeína, fentanil, hidrocodona, hidromorfona, meperidina, metadona, morfina, nalbufina, oximorfona, oxicodona, pentazocina, petidina, remifentanil, sufentanil, tapentadol e tramadol

Sedativos e hipnóticos

Os sedativos e hipnóticos são medicamentos que causam depressão no sistema nervoso central, levando ao relaxamento do paciente, acalmando e moderando a excitação, e até induzindo ao sono.

Os principais medicamentos da classe dos sedativos e hipnóticos são: alprazolam, bromazepam, clobazam, clonazepam, clordiazepóxido, clorazepato, diazepam, estazolam, eszopiclona, etomidato, flunitrazepam, flurazepam, fospropofol, halazepam, lorazepam, lormetazepam, midazolam, nitrazepam, oxazepam, pentobarbital, fenobarbital, propofol, quazepam, ramelteona, secobarbital, temazepam, tiopental, triazolam, zaleplona, zolpidem e zopiclona.

Antagonistas dos sedativos

Os antagonistas dos sedativos e hipnóticos são medicamentos utilizados para reverter os efeitos de sedativos, hipnóticos ou anestésicos, especialmente em situações de emergência, como overdose ou depressão respiratória. Eles atuam bloqueando os receptores ou mecanismos pelos quais os sedativos exercem seus efeitos, restaurando a consciência e a função respiratória.

Os principais medicamentos da classe dos antagonistas dos sedativos e hipnóticos são: flumazenil, metilsulfato de neostigmina e naloxona.

Anestésicos

Os anestésicos são medicamentos utilizados, em alguns casos, para que não haja sensibilidade, e em outros casos, para que se perca a consciência, além de provocarem relaxamento muscular. A palavra anestesia vem do grego (an, privação de + aisthesis, sensação).

Antes da criação do primeiro anestésico efetivo, todos os procedimentos cirúrgicos, fossem eles de pequeno ou grande porte, eram extremamente dolorosos. Foi em 1846, que o uso do éter sulfúrico puro passou a ser utilizado para sedar os pacientes. A insensibilidade total durante o ato cirúrgico, até então, era considerada uma utopia nos meios acadêmicos.

A anestesia geral chegou ao Brasil em 1847. Segundo informa Lycurgo Santos Filho, em sua História Geral da Medicina Brasileira, a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Janeiro. O problema é que sua ação durava pouco tempo, portanto, os procedimentos realizados deveriam ser de pequeno porte.

Embora fosse uma descoberta que mudaria o curso dos procedimentos cirúrgicos, foi apenas anos mais tarde que a anestesia se tornou norma. Isso porque, o uso do éter era algo novo e desconhecido, portanto, erros na dose medicamentosa levavam ao óbito por overdose ou permitiam que os pacientes despertassem no meio do procedimento. Isso fez com que os hospitais da época proibissem o uso da substância nas cirurgias, alguns profissionais referem-se à droga como “influência do satan”.

No entanto, o primeiro passo para a anestesia geral foi dado por Joseph Priestley, ao descobrir o óxido nitroso (N2O) em 1773. O gás produzia uma sensação agradável, acompanhada de um desejo incontido de rir (por isso o nome de gás hilariante). Anos depois Faraday, físico inglês, descobriu que os vapores de éter possuíam efeitos inebriantes semelhantes aos do óxido nitroso. No entanto, essa descoberta foi ignorada pelos meios médicos.

Nos anos seguintes à sua descoberta, foram introduzidos novos agentes anestésicos. Ao óxido nitroso e ao éter seguiu-se o clorofórmio, utilizado pela primeira vez em 1847, no trabalho de parto. Paralelamente à anestesia geral por inalação, desenvolveram-se outros métodos de se obter a analgesia, como a anestesia local, venosa, raquianestesia.

O éter foi logo substituído pelo clorofórmio, que a partir de então se generalizou, suplantando as cirurgias até que novos agentes anestésicos foram descobertos e introduzidos na prática médica. Quando o FDA (Food and Drug Administration) foi criado, trouxe uma nova legislação e padrões farmacêuticos para a administração de medicamentos na hora das cirurgias.

Anestésicos gerais

Os anestésicos gerais são medicamentos ou substâncias que causam perda reversível da consciência, da sensibilidade à dor e da memória, permitindo a realização de procedimentos cirúrgicos ou médicos sem que o paciente sinta dor ou se lembre do evento. Eles atuam no sistema nervoso central (SNC), deprimindo a atividade neuronal e produzindo um estado de inconsciência controlada.

Os principais anestésicos gerais são: cetamina, desflurano, etomidato, halotano, isoflurano, metohexital, óxido nitroso, propofol, sevoflurano e tiopental.

Anestésicos locais

Os anestésicos locais são medicamentos que bloqueiam temporariamente a condução de impulsos nervosos em uma região específica do corpo, causando perda de sensibilidade à dor e outros estímulos. Eles são amplamente utilizados em procedimentos médicos, odontológicos e cirúrgicos para proporcionar analgesia (alívio da dor) sem afetar a consciência do paciente.

Os anestésicos locais atuam bloqueando reversivelmente a condução dos impulsos nervosos nos neurônios, principalmente nos nervos periféricos. Eles fazem isso interagindo com os canais de sódio (Na+) dependentes de voltagem presentes na membrana dos neurônios.

A entrada de sódio é essencial para a despolarização da membrana neuronal, que é o evento que gera o potencial de ação e, consequentemente, a condução do impulso nervoso. Ao bloquear os canais de sódio, os anestésicos locais impedem a despolarização da membrana e, portanto, a propagação do impulso nervoso.

Como o impulso nervoso não consegue se propagar ao longo do neurônio, a informação (dor, tato, etc.) não é transmitida para o sistema nervoso central, resultando na anestesia da área inervada por aquele nervo.

Os principais anestésicos locais são: articaina, benzocaína, bupivacaína, cinchocaína, dibucaína, etidocaína, levobupivacaína, lidocaína, mepivacaína, prilocaína, procaína, ropivacaína e tetracaína.

Bloqueadores neuromusculares

Os bloqueadores neuromusculares são medicamentos que atuam bloqueando a transmissão de impulsos nervosos na neuromuscular, resultando em paralisia muscular. Eles atuam no sistema nervoso periférico, interferindo na transmissão do neurotransmissor acetilcolina , que é essencial para a contração muscular.

Os principais medicamentos da classe dos bloqueadores neuromusculares são: atracúrio, cisatracúrio, dantroleno, edrofônio, mivacúrio, pancurônio, rocurônio, succinilcolina e vecurônio.

Bloqueadores neuromusculares despolarizantes ou agonistas - eles se ligam ao receptor de acetilcolina, promovendo uma despolarização inicial da membrana muscular, seguida de uma paralisia: succinilcolina.

Bloqueadores neuromusculares não despolarizantes ou antagonistas - eles se ligam ao receptor de acetilcolina sem causar despolarização, impedindo que a acetilcolina se ligue ao receptor e inibindo a contração muscular: atracúrio, cisatracúrio, mivacúrio, pancurônio, rocurônio e vecurônio.

Esses medicamentos são amplamente utilizados em procedimentos cirúrgicos e anestésicos para garantir o relaxamento muscular, permitindo uma intubação mais fácil e melhor controle da ventilação.

Antiepiléticos e anticonvulsionantes

Os antiepilépticos e os anticonvulsivantes são medicamentos que atuam na prevenção da crise epiléptica, por meio da depressão seletiva do sistema nervoso central, sem, no entanto, causar danos a ele.

Os principais medicamentos da classe dos antiepilépticos e anticonvulsivantes são: ácido valproico, brivaracetam, carbamazepina, clobazam, clonazepam, eslicarbazepina, etossuximida, felbamato, fenitoína, fenobarbital, gabapentina, lacosamida, lamotrigina, levetiracetam, lorazepam, oxcarbazepina, perampanel, pregabalina, primidona, rufinamida, tiagabina, topiramato, vigabatrina e zonisamida.

Antiparkinsonianos

Os antiparkinsonianos são medicamentos que agem sobre os sintomas da doença de Parkinson, não promove a cura, porém interrompem sua evolução, promovendo uma melhora na qualidade de vida.

Os principais medicamentos da classe dos antiparkinsonianos são: amantadina, apomorfina, benztropina, biperideno, bromocriptina, carbidopa, entacapona, levodopa, lisurida, pramipexol, rasagilina, ropinirol, selegilina, tolcapona e triexifenidil.

Psicotrópicos

Os psicotrópicos são medicamentos que atuam no sistema nervoso central (SNC) para modular a atividade cerebral (estimula ou deprime) influenciando o humor, a cognição, o comportamento e a percepção. Eles são utilizados no tratamento de transtornos psiquiátricos, neurológicos e, em alguns casos, para alívio de sintomas como ansiedade, insônia ou dor crônica.

Ansiolíticos

Os ansiolíticos são responsáveis pela melhora na ansiedade, resultante de sentimentos como medo, angústia, temor e apreensão. Pouco interferem nas funções do organismo, porém o uso indiscriminado pode causar dependência físico-química.

Os principais medicamentos da classe dos ansiolíticos são: alprazolam, bromazepam, buspirona, clobazam, clonazepam, clordiazepóxido, clorazepato, diazepam, estazolam, etil loflazepato, flunitrazepam, flurazepam, lorazepam, lormetazepam, midazolam, nitrazepam, oxazepam, prazepam, quetiapina, temazepam e triazolam.

Neurolépticos ou antipsicóticos

Os neurolépticos ou antipsicóticos têm a capacidade de agir em casos de psicoses, delírios e alucinações. Muito utilizado para reduzir sintomas em casos de esquizofrenia, síndrome maníaco-depressiva e delírios.

Os neurolépticos ou antipsicóticos mais utilizados são: amisulprida, aripiprazol, asenapina, brexpiprazola, cariprazina, clorpromazina, clozapina, flufenazina, haloperidol, iloperidona, levomepromazina, loxapina, lurasidona, olanzapina, paliperidona, perfenazina, pimozida, quetiapina, risperidona, sulpirida, tioridazina, trifluoperazina, ziprasidona e zuclopentixol.

Antidepressivos

Os antidepressivos são medicamentos psicotrópicos utilizados para tratar transtornos depressivos, ansiosos e outras condições psiquiátricas. Eles atuam modulando a atividade de neurotransmissores no sistema nervoso central (SNC), como serotonina, noradrenalina e dopamina, que estão envolvidos na regulação do humor, sono, apetite e cognição.

Os principais medicamentos da classe dos antidepressivos são: agomelatina, amitriptilina, amoxapina, bupropiona, citalopram, clomipramina, desipramina, desvenlafaxina, duloxetina, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, imipramina, iproniazida, isocarboxazida, maprotilina, mianserina, mirtazapina, nefazodona, nortriptilina, paroxetina, phenelzina, protriptilina, reboxetina, sertralina, trazodona, tranylcipromina, venlafaxina, vilazodona e vortioxetina.

Adrenérgicos

Os adrenérgicos ou simpaticomiméticos são medicamentos ou substâncias que atuam no sistema nervoso simpático, estimulando os receptores adrenérgicos (alfa e beta) ou imitando a ação de neurotransmissores como a noradrenalina e a adrenalina. Eles são amplamente utilizados em diversas condições clínicas, como choque, asma, hipertensão e parada cardíaca.

As principais medicamentos da classe dos adrenérgicos são: adrenalina, clonidina, dopamina, efedrina, fenilefrina, isoproterenol, metaraminol, metoxamina, midodrina, nafazolina, noradrenalina, oximetazolina, pseudoefedrina, salbutamol, terbutalina e xilometazolina.

Anfetaminas

As anfetaminas são uma classe de substâncias psicoestimulantes que atuam no sistema nervoso central, promovendo um aumento da liberação e inibição da recaptação de neurotransmissores, como dopamina, noradrenalina e serotonina. Esses fármacos são utilizados no tratamento de condições como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), narcolepsia e, em alguns casos, obesidade.

Os principais medicamentos da classe das anfetaminas são: dextroanfetamina, determina, lisdexanfetamina, metanfetamina e metilfenidato.

Antiadrenérgicos

Os antiadrenérgicos ou simpaticolíticos são medicamentos que inibem a ação do sistema nervoso simpático, bloqueando os receptores adrenérgicos (alfa e/ou beta) ou reduzindo a liberação de neurotransmissores como a noradrenalina e a adrenalina. Eles são utilizados no tratamento de diversas condições, como hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas e hiperplasia prostática benigna.

Os principais medicamentos anti-adrenérgicos são: alfuzosina, atenolol, betaxolol, bisoprolol, carvedilol, doxazosina, labetalol, metoprolol, nadolol, nebivolol, pindolol, prazosina, propranolol, sotalol, tamsulosina, terazosina e timolol.

Colinérgicos

Os colinérgicos são medicamentos ou substâncias que atuam no sistema nervoso parassimpático, estimulando os receptores colinérgicos (muscarínicos e nicotínicos) ou aumentando a disponibilidade do neurotransmissor acetilcolina. Eles são utilizados no tratamento de diversas condições, como glaucoma, miastenia gravis, retenção urinária e doença de Alzheimer.

Os principais medicamentos colinérgicos são: acetilcolina, betanecol, carbacol, cevimelina, donepezila, edrofônio, fisostigmina, galantamina, neostigmina, pilocarpina, piridostigmina, rivastigmina e tacrina.

Inibidores da acetilcolinesterase

Os inibidores da acetilcolinesterase são medicamentos que impedem a manipulação da acetilcolina pela enzima acetilcolinesterase , prolongando sua ação nos receptores colinérgicos. Eles podem ser classificados em reversíveis e irreversíveis , dependendo da duração de sua ação.

Os principais medicamentos da classe dos inibidores da acetilcolinesterase reversíveis são: donepezila, rivastigmina, galantamina, neostigmina, piridostigmina, fisostigmina, edrofônio e ecotiofato.

Anticolinérgicos

Os anticolinérgicos são medicamentos que bloqueiam a ação do neurotransmissor acetilcolina nos receptores muscarínicos e/ou nicotínicos. Eles são utilizados no tratamento de diversas condições, como distúrbios gastrointestinais, respiratórios, neurológicos e urinários, além de serem usados como relaxantes musculares e para controlar sintomas motores na doença de Parkinson.

Os principais medicamentos anticolinérgicos são: atropina, benztropina, biperideno, butilescopolamina, ciclopentolato, clidinio, darifenacina, diciclomina, difenidol, fesoterodina, flavoxato, glicopirrolato, homatropina, hiosciamina, ipratrópio, mepenzolato, metantelina, metescopolamina, orfenadrina, oxibutinina, propantelina, escopolamina, solifenacina, tiotrópio, tolterodina, triexifenidil e trospio.

Esteróides

Os anti-inflamatórios esteroides ou glicocorticóides mimetizam os efeitos do hormônio cortisol do córtex adrenal. Eles são indicadas nos casos de alergias em geral, doenças autoimunes, lesões por esforços repetitivos, pós-transplantes e tratamentos odontológicos.

Os principais medicamentos da classe dos antiinflamatórios esteroides são: beclometasona, betametasona, budesonida, clobetasol, clobetasona, cortisona, deflazacorte, dexametasona, fluocinolona, fluocortolona, fludrocortisona, fluticasona, hidrocortisona, metilprednisolona, mometasona, prednisolona, prednisona e triancinolona.

Não esteróides

Os anti-inflamatórios não hormonais atuam na inibição da via da cicloxigenase, inibindo, assim, as prostaglandinas, as prostaciclinas e os tromboxanos. Eles são eficazes no tratamento dos efeitos indesejáveis da resposta inflamatória; sendo assim, proporcionam redução do edema, da hiperemia, da febre e da dor, constituindo-se em potentes antipiréticos e analgésicos.

Os antiinflamatórios não esteroides (AINEs) podem inibir a agregação plaquetária e aumentar o risco de sangramento, dessa forma, a administração concomitante desses medicamentos deve ser feita com cautela.

Primeira geração

Os principais anti-inflamatórios não hormonais de primeira geração são: aspirina, diclofenaco, indometacina, piroxicam, tenoxicam, paracetamol, ibuprofeno, ácido mefenâmico e dipirona.

Segunda geração

Entre os principais anti-inflamatórios não hormonais de segunda geração podemos destacar: meloxicam e nimesulida.

Terceira geração

Entre os anti-inflamatórios não hormonais de terceira geração, temos: celecoxib, etoricoxib e prexige.

Antibióticos

Os antibióticos são medicamentos utilizados para o tratamento de infecções bacterianas, são substâncias produzidas por micro-organismos ou por derivação sintética, que, em condições propícias, têm a propriedade de inibir o crescimento de bactérias patogênicas ou destruí-las.

Os principais medicamentos da classe dos antibióticos são: ácido clavulânico, ácido fusídico, ácido nalidíxico, ácido oxolínico, ácido pipemídico, amicacina, amoxicilina, ampicilina, azlocilina, azitromicina, aztreonam, badequilina, bacitracina, brodimoprima, capreomicina, carbenicilina, cefaclor, cefadroxil, cefalexina, cefalotina, cefamandol, cefapirina, cefetamet, cefazolina, cefdinir, cefditoreno, cefepima, cefixima, cefmenoxima, cefmetazol, cefonicida, cefotaxima, cefotiam, cefoxitina, cefpiroma, ceftarolina, ceftazidima, ceftibuteno, ceftizoxima, ceftobiprole, ceftriaxona, cefuroxima, cefaloridina, cefradina, ciprofloxacino, claritromicina, clindamicina, clofazimina, cloranfenicol, cloxacilina, colistina, dalafloxacino, dalfopristina, daptomicina, dapsona, delamanida, dicloxacilina, domeclociclina, doripenem, doxiciclina, enoxacino, eritromicina, ertapenem, esparfloxacina, espectinomicina, espiramicina, estreptomicina, etambutol, gatifloxacina, fenoximetilpenicilina, fosfomicina, fosmidomicina, fusafungina, furaltadona, furazolidona, gemifloxacino, gentamicina, imipenem, isoniazida, josamicina, kanamicina, levofloxacino, limeciclina, lomefoxacino, lincomicina, linezolida, loracarbef, mecilinam, meropenem, metronidazol, midecamicina, minociclina, moxifloxacino, mupirocina, nadifloxacino, nafcilina, neomicina, netilmicina, nifuratel, nitrofurantoína, nirufural, norfloxacino, ofloxacino, oxacilina, oxitetraciclina, pazufloxacino, pefloxacino, penamecilina, penicilina G, penicilina V, piperacilina, pirazinamida, pivampicilina, polimixina B, pretomanida, prulifloxacino, quinupristina, rifabutina, rifampicina, rifametina, rifapentina, rifaximina, roxitromicina, rufloxacino, sparfloxacino, sulfadiazina, sulfametoxazol, sulfisoxazol, sitafloxacino, telavancina, telitromicina, temocilina, tetraciclina, ticarcilina, tigeciclina, tobramicina, tosufloxacino, trimetoprima e vancomicina.

Inibidores da síntese da parede celular

Os antibióticos são medicamentos utilizados para o tratamento de infecções bacterianas, são substâncias produzidas por micro-organismos ou por derivação sintética, que, em condições propícias, têm a propriedade de inibir o crescimento de bactérias patogênicas ou destruí-las.

Os inibidores da síntese da parede celular são uma classe de antibióticos que atuam impedindo a formação da parede celular bacteriana, uma estrutura essencial para a sobrevivência e integridade das bactérias.

Os mais importantes são o grupo dos antibióticos β-lactâmicos, isto é, com a presença do anel β-lactâmico em sua composição química, que é essencial para sua atividade.

Penicilinas

A penicilina é um β-lactâmico que foi descoberta pelo médico escocês Alexander Fleming que fazia pesquisas no hospital Santa Maria, em Londres, Inglaterra, quando esqueceu placas de culturas de estafilococos sobre a mesa e saiu de férias.

Ao retornar, observou que algumas placas estavam contaminadas com fungos e em uma delas havia um halo transparente no qual não era observada a presença de bactérias, indicando uma possível inativação bacteriana por aquele fungo.

Algum tempo depois o fungo foi identificado no gênero Penicillium notatum e Penicillium Chrysogenum e Fleming passou a empregá-los para selecionar determinadas bactérias sensíveis à sua ação.

Os principais antibióticos da classe das penicilinas são: benzilpenicilina benzatina, penicilina V ou fenoximetilpenicilina, amoxicilina, oxacilina e ampicilina.

Cefalosporinas

As cefalosporinas são antibióticos β-lactâmico, bactericidas, contraindicados na gravidez e lactação, elas apresentam maior atividade contra bactérias gram-negativas e são classificados de primeira até quarta geração.

Os principais medicamentos da classe das cefalosporinas são: cefaclor, cefadroxila, cefalexina, cefalotina, cefamandol, cefapirina, cefazolina, cefdinir, cefditoreno, cefetamet, cefixima, cefmenoxima, cefmetazol, cefonicida, cefotaxima, cefotiam, cefpiramida, cefpiroma, cefpodoxima, cefprozil, ceftarolina, ceftazidima, ceftibuteno, ceftizoxima, ceftobiprole, ceftriaxona, cefuroxima, cefaloridina, cefalotina, cefapirina, cefradina, cefoxitina e loracarbef.

Cefalosporina de primeira geração: cefadroxila, cefalexina, cefalotina, cefapirina, cefazolina e cefradina.

Cefalosporina de segunda geração: cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefotiam, cefoxitina, cefprozil, cefuroxima e loracarbef.

Cefalosporina de terceira geração: cefdinir, cefditoreno, cefetamet, cefixima, cefoperazona, cefotaxima, cefpodoxima, ceftazidima, ceftibuteno, ceftizoxima e ceftriaxona.

Cefalosporina de quarta geração: cefepima e cefpiroma.

Cefalosporina de quinta geração: ceftarolina e ceftobiprole.

Carbapenemos

As bactérias produtoras de carbapenemase são bactérias que produzem uma enzima que torna as infecções bacterianas resistentes a antibióticos. As carbapenemases são b-lactamases que hidrolisam penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e, em vários graus, carbapenêmicos.

A três grandes classes de carbapenemases que são encontradas atualmente em enterobactérias no mundo inteiro: as metalo-b-lactamases, incluindo as New Delhi metallo-b-lactamases (NDM); as Oxa-carbapenemases, sendo a OXA-48 a mais frequente em enterobactérias; e as carbapenemases do tipo Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC).

Monobactâmicos ou betalactâmicos não clássicos

Os monobactâmicos são uma classe de antibióticos beta-lactâmicos não clássicos que possuem uma estrutura química única, diferente das penicilinas, cefalosporinas e carbapenens. Eles são caracterizados por um anel beta-lactâmico isolado, o que confere a eles um espectro de ação específico e menor probabilidade de causar reações alérgicas cruzadas com outros beta-lactâmicos.

Os principais antibióticos da classe monobactâmicos são: aztreonam, clavulanato de potássio + amoxicilina, ertapenem e imipenem + cilastatina.

Glicopeptídeos

Os glicopeptídeos são uma classe de antibióticos que atuam principalmente contra bactérias gram-positivas, incluindo cepas resistentes a outros antibióticos. Eles são especialmente úteis no tratamento de infecções graves, como endocardite, sepse e infecções de pele e tecidos moles.

Os principais antibióticos da classe glicopeptídeos são: bacitracina, fusafungina, polimixina B, teicoplanina e vancomicina.

Lipopeptídeos

Os lipopeptídeos são uma classe de antibióticos que possuem uma estrutura química composta por uma cadeia peptídica ligada a uma cadeia lipídica. Essa combinação única confere a eles propriedades especiais, como a capacidade de se inserir nas membranas bacterianas e causar sua destruição.

Inibidores da síntese protéica

Os inibidores da síntese proteica são uma classe de antibióticos que atuam impedindo a produção de proteínas pelas bactérias, um processo essencial para sua sobrevivência e multiplicação. Eles interferem em diferentes etapas da síntese proteica, que ocorre nos ribossomos bacterianos, levando à inibição do crescimento ou à morte das bactérias. Esses antibióticos são amplamente utilizados no tratamento de infecções bacterianas.

Tetraciclinas

O nome tetraciclina está relacionado a existência de quatro aneis fusionados com um sistema de duplas ligações conjugadas que formam estes compostos, derivados de diversas espécies de Streptomyces As substituições nestes aneis levam às variações farmacocinéticas.

O mecanismo de ação das tetraciclinas, que são bacteriostáticas, consiste na ligação do fármaco com estruturas (subunidade 30S) do ribossoma inibindo a síntese de proteína pelo microrganismo.

Aminoglicosídeos ou aminociclitois

O termo aminoglicosídeo é originado da estrutura destes fármacos que possuem dois aminoaçúcares unidos por ligação glicosídica a um núcleo central hexose (aminociclitois), e, são produzidos por espécies dos gêneros Streptomyces e Micromonospora, sendo que alguns são semissintéticos.

Os principais antibióticos aminoglicosídeos ou aminociclitois são: amicacina, estreptomicina, framicetina, gentamicina, neomicina, netilmicina e tobramicina.

Nitrofuranos

Os nitrofuranos são uma classe de antibióticos sintéticos que possuem um amplo espectro de ação contra bactérias gram-positivas e gram-negativas, além de alguns protozoários. Eles são amplamente utilizados no tratamento de infecções do trato urinário (ITUs) e infecções gastrointestinais.

Macrolídeos

Os macrolídeos são antibióticos produzidos por espécies de Streptomyces e caracterizam-se por apresentar cinco traços químicos comuns: uma lactona macrocíclica, um grupo cetônico, um ou dois aminoaçúcares, um açúcar neutro e grupo dimetilamino no resíduo de açúcar. Inibem a síntese de proteínas pelos microrganismos, e, dependendo do tipo de microrganismo e do efeito da concentração, podem ser bactericidas ou bacteriostáticos.

Os macrolídeos não penetram no sistema nervoso central, entretanto, todos os macrolídeos não devem ser utilizados em gestantes nem em lactantes. Eles também não são recomendados em pacientes em uso de anticoncepcionais orais, pois, ocorre interferência com o citocromo P-450, e, provocar prurido e icterícia.

Anfenicois

A classe de antibióticos anfenicois (ou fenicois) é representada principalmente pelo cloranfenicol e seus derivados, como o tianfenicol e o azidanfenicol. Esses antibióticos são bacteriostáticos, ou seja, inibem o crescimento bacteriano, e atuam interferindo na síntese de proteínas das bactérias, especificamente ao se ligarem à subunidade 50S do ribossomo bacteriano.

Lincosamidas

As lincosamidas são uma classe de antibióticos bacteriostáticos e, em altas concentrações, podem ter ação bactericida. Essa classe é representada principalmente por dois antibióticos: a lincomicina e a clindamicina.

Rifampicinas

As rifampicinas ou rifamicinas são uma classe de antibióticos bactericidas amplamente utilizados no tratamento de infecções bacterianas, especialmente infecções por micobactérias, como a tuberculose e a hanseníase.

Inibidores da biossíntese de ácidos nucléicos

Os inibidores da biossíntese de ácidos nucleicos são uma classe de agentes antimicrobianos que atuam interferindo na síntese de DNA ou RNA, essenciais para a replicação e sobrevivência das bactérias. Esses fármacos podem ser divididos em dois grupos principais, dependendo do alvo específico inibidores da síntese de DNA e inibidores da síntese de RNA.

Quinilonas

As quinolonas são uma classe de antibióticos sintéticos de amplo espectro, conhecidos por sua ação bactericida. Elas são amplamente utilizadas no tratamento de infecções bacterianas, especialmente aquelas causadas por bactérias Gram-negativas, mas também têm atividade contra algumas bactérias Gram-positivas.

Metabolismo do ácido fólico e membrana celular

Os antibióticos que atuam no metabolismo do ácido fólico e na membrana celular são classes importantes de agentes antimicrobianos, cada uma com mecanismos de ação distintos.

Sulfas

Os antibióticos sulfas, também conhecidos como sulfonamidas, são uma classe de agentes antimicrobianos sintéticos que atuam inibindo o metabolismo do ácido fólico nas bactérias. Eles foram os primeiros antibióticos sintéticos a serem utilizados clinicamente, marcando o início da era dos antibióticos na medicina. A sulfanilamida foi a primeira sulfonamida descoberta, e desde então, muitos derivados foram desenvolvidos para melhorar a eficácia e reduzir os efeitos colaterais.

Antimicobacterianos

Os antimicobacterianos são fármacos utilizados no tratamento de infecções causadas por micobactérias, especialmente Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae. Esses agentes possuem mecanismos de ação específicos para inibir o crescimento das micobactérias, que apresentam características peculiares, como parede celular rica em ácidos micólicos, dificultando a penetração de antibióticos convencionais.

Os principais medicamentos da classe dos antimicobacterianos são: amicacina, bedaquilina, capreomicina, clofazimina, dapsona, delamanida, etambutol, estreptomicina, isoniazida, levofloxacino, linezolida, moxifloxacino, ofloxacino, pirazinamida, pretomanida, rifabutina, rifampicina e rifapentina.

Antivirais

Os antivirais são substâncias ou medicamentos utilizados para prevenir, tratar ou combater infecções causadas por vírus. Eles podem atuar de diferentes maneiras, como inibir a replicação viral, bloquear a entrada do vírus nas células hospedeiras ou estimular o sistema imunológico a combater a infecção.

Os principais medicamentos da classe dos antivirais são: abacavir, aciclovir, adefovir, amantadina, atazanavir, baloxavir marboxil, boceprevir, cidofovir, darunavir, delavirdina, didanosina, docosanol, dolutegravir, edoxudina, efavirenz, elbasvir, elvitegravir, emtricitabina, enfuvirtida, entecavir, etravirina, famciclovir, fomivirsen, fosamprenavir, foscarnet, ganciclovir, glecaprevir, ibalizumabe, idoxuridina, imiquimode, indinavir, interferão alfa, interferão beta, interferão gama, lamivudina, ledipasvir, lopinavir, maraviroque, moroxidina, nelfinavir, nevirapina, oseltamivir, penciclovir, peramivir, pibrentasvir, podofilotoxina, raltegravir, ribavirina, rimantadina, ritonavir, raltegravir, saquinavir, sofosbuvir, stavudina, telaprevir, telbivudina, tenofovir, tipranavir, trifluridina, valaciclovir, valganciclovir, vicriviroque, vidarabina, zalcitabina, zanamivir e zidovudina.

Inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa

Os inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa são uma classe de antirretrovirais amplamente utilizados no tratamento da infecção pelo HIV. Eles atuam impedindo a replicação viral ao inibir a enzima transcriptase reversa, essencial para a conversão do RNA viral em DNA, um passo fundamental no ciclo de replicação do HIV.

Os principais medicamentos desta classe são: abacavir, didanosina, emtricitabina, estavudina, lamivudina, tenofovir alafenamida, tenofovir disoproxil fumarato, zalcitabina e zidovudina.

Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa

Os inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa são uma classe de fármacos antirretrovirais utilizados no tratamento do HIV-1. Eles atuam inibindo a transcriptase reversa, uma enzima essencial para a replicação do vírus, impedindo a conversão do RNA viral em DNA.

Diferentemente dos inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, os inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa não precisam ser fosforilados intracelularmente para se tornarem ativos e se ligam diretamente à enzima, causando sua inativação (BRASIL, 2022).

Os principais medicamentos da classe dos inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa são: doravirina, efavirenz, etravirina, nevirapina e rilpivirina.

Inibidores da DNA-polimerase

Os inibidores da DNA-polimerase são uma classe de fármacos que atuam bloqueando a atividade da DNA-polimerase viral, impedindo a replicação do material genético de vírus e, em alguns casos, de células neoplásicas. Esses fármacos são amplamente utilizados no tratamento de infecções virais, como herpesvírus e hepatites, além de possuírem aplicações em quimioterapia para cânceres hematológicos (BRASIL, 2021).

Os principais medicamentos da classe dos inibidores da DNA-polimerase são: aciclovir, cidofovir, famciclovir, foscarnet, ganciclovir, penciclovir, trifluridina, valaciclovir, valganciclovir e vidarabina.

Inibidores da protease

Os inibidores da protease são uma classe de medicamentos antivirais que atuam bloqueando a atividade das proteases, enzimas essenciais para a replicação de alguns vírus, como o HIV e o vírus da hepatite C. Esses medicamentos impedem que a protease viral processe proteínas necessárias para a formação de novas partículas virais, interrompendo assim o ciclo de vida do vírus.

Os principais medicamentos da classe dos inibidores da protease são: amprenavir, atazanavir, darunavir, fosamprenavir, indinavir, lopinavir, nelfinavir, ritonavir, saquinavir e tipranavir.

Inibidores da integrase

Os inibidores da integrase agem bloqueando a integrase , uma enzima viral responsável por integrar o DNA do HIV ao DNA da célula hospedeira.

Os principais medicamentos da classe dos antivirais inibidores da integrase são: bictegravir, dolutegravir, elvitegravir e raltegravir.

Antifúngicos

Os antifúngicos são medicamentos usados para tratar infecções causadas por fungos, que podem ser superficiais como pele, unhas, couro cabeludo ou sistêmicas.

Os principais medicamentos da classe dos antifúngicos são: anfotericina B, anidulafungina, butenafina, caspofungina, cetoconazol, ciclopirox, clotrimazol, econazol, efinaconazol, fenticonazol, fluconazol, flucitosina, fosfluconazol, griseofulvina, isavuconazol, itraconazol, cetoconazol, luliconazol, micafungina, miconazol, naftifina, nistatina, oxiconazol, posaconazol, sertaconazol, sulconazol, tavaborol, terbinafina, terconazol, tioconazol e voriconazol.

Antissépticos

Os antissépticos são substâncias químicas com propriedades antifúngicas que são aplicadas topicamente na pele, mucosas ou superfícies para prevenir ou tratar infecções fúngicas superficiais.

Azólicos

Os antifúngicos azólicos são uma classe de medicamentos antifúngicos amplamente utilizados no tratamento de infecções fúngicas. Eles são caracterizados pela presença de um anel azol em sua estrutura química e atuam principalmente inibindo a síntese de ergosterol, um componente essencial da membrana celular dos fungos. Sem ergosterol, a membrana celular fica comprometida, levando à morte do fungo.

Os principais medicamentos antifúngicos da classe dos azólicos são: clotrimazol, econazol, efinaconazol, fenticonazol, fluconazol, flucitosina, fosfluconazol, griseofulvina, isavuconazol, itraconazol, cetoconazol, luliconazol, miconazol, posaconazol, sertaconazol, sulconazol, terbinafina, terconazol, tioconazol e voriconazol.

Essa classe de antifúngicos é dividida em dois grupos principais: os imidazóis e os triazóis, com base no número de átomos de nitrogênio em seu anel azol.

Imidazóis: possuem 2 átomos de nitrogênio presentes no anel azólico: clotrimazol, econazol, efinaconazol, fenticonazol, flucitosina, fosfluconazol, griseofulvina, isavuconazol, cetoconazol, luliconazol, miconazol, sertaconazol, sulconazol, terbinafina, terconazol e tioconazol.

Tiazóis: possuem 3 átomos de nitrogênio presentes no anel azólico: itraconazol, posaconazol, fluconazol e voriconazol.

Poliênicos

Os antifúngicos poliênicos são uma classe de medicamentos antifúngicos que atuam principalmente por meio da ligação ao ergosterol, um componente essencial da membrana celular dos fungos. Essa ligação cria poros na membrana celular, resultando em perda de componentes intracelulares e morte do fungo.

Os principais medicamentos antifúngicos da classe dos poliênicos são: anfotericina B e nistatina.

Antifúngicos equinocandinas

Os antifúngicos equinocandinas atuam inibindo a síntese de β-glucana, essencial para a parede celular fúngica: anidulafungina, caspofungina e micafungina.

Antifúngicos alilaminas

Os antifúngicos alilaminas inibem a esqualeno epoxidase, uma enzima envolvida na biossíntese do ergosterol: butenafina, naftifina e terbinafina.

Antiprotozoários

Os antiprotozoários são medicamentos usados para tratar infecções causadas por protozoários, que são microrganismos unicelulares capazes de causar doenças como malária, amebíase, giardíase e tripanossomíase.

Os principais medicamentos da classe dos antiprotozoários são: albendazol, atovaquona, cloroquina, deidroemetina, doxiciclina, emetina, furazolidona, halofantrina, iodoquinol, mefloquina, metronidazol, nifurtimox, nitazoxanida, ornidazol, paromomicina, pentamidina, pirimetamina, primaquina, proguanil, quinino, secnidazol, tinidazol e triclabendazol.

Antineoplásicos

O tratamento do câncer é um dos objetivos mais importantes da pesquisa científica na área da saúde, isso envolve uma variedade de abordagens terapêuticas destinadas a controlar, reduzir ou eliminar as células cancerosas, além de melhorar a qualidade de vida do paciente.

A escolha do tratamento depende do tipo de câncer, estágio da doença, localização do tumor, condições de saúde do paciente e outros fatores individuais. O tratamento inclui quimioterapia, radioterapia e cirurgias.

Conforme a resolução Cofen nº 569/2018 é privativo do enfermeiro ministrar quimioterápico antineoplásico e promover acesso venoso totalmente implantável, entre outras atividades, em pacientes submetidos a quimioterapia antineoplásica.

Os principais antineoplásicos são: abemaciclibe, abiraterona, afatinibe, aldesleucina, alemtuzumabe, altretamina, aminolevulinato, anastrozol, apalutamida, asparaginase, axitinibe, azacitidina, belinostate, bendamustina, bevacizumabe, bleomicina, bortezomibe, bosutinibe, brentuximabe vedotina, busulfano, cabazitaxel, cabozantinibe, capecitabina, carboplatina, carfilzomibe, carmustina, ceritinibe, cetuximabe, ciclofosfamida, crizotinibe, dacarbazina, dactinomicina, dasatinibe, daunorrubicina, decitabina, degarelica, denileucina, docetaxel, doxorrubicina, enzalutamida, epirrubicina, eribulina, erlotinibe, estramustina, etoposido, everolimo, exemestano, fludarabina, fluorouracila, flutamida, fulvestrante, gefitinibe, gemcitabina, goserrelina, hidroxiureia, ibrutinibe, idarrubicina, ifosfamida, imatinibe, inotuzumabe ozogamicina, irinotecano, ixabepilona, lapatinibe, lenalidomida, letrozol, leucovorina, lomustina, mecloretamina, melphalan, mercaptopurina, mesna, metotrexato, mitomicina, mitotano, mitoxantrona, nilotinibe, nilutamida, olaparibe, oxaliplatina, paclitaxel, palbociclibe, panitumumabe, pazopanibe, pegaspargase, pemetrexede, pentostatina, pertuzumabe, polatuzumabe vedotina, pomalidomida, ponatinibe, procarbazina, raltitrexedo, regorafenibe, ribociclibe, rituximabe, romidepsina, rucaparibe, ruxolitinibe, sacituzumabe govitecano, sargramostim, sorafenibe, sunitinibe, talazoparibe, tamoxifeno, temozolomida, temsirolimo, tiopurina, tioguanina, topotecano, toremifeno, trabectedina, trametinibe, trastuzumabe, tretinoína, valrubicina, vandetanibe, venetoclaxe, vinblastina, vincristina, vindesina, vinorelbina, vismodegibe e ziv-aflibercepte.

Agentes alquilantes

Os agentes alquilantes são substâncias que agem através da transferência de alquila para o DNA, RNA ou proteínas das células impedindo a duplicação celular, porém, são mutagênicos, ou seja, podem afetar células saudáveis induzindo a formação de novos câncer, o que explica seus efeitos colaterais.

Os principais efeitos colaterais dos agentes alquilantes são: náuseas, vômito, infertilidade, alopécia (queda do cabelo) e supressão da medula óssea, isto é, redução dos elementos figurados do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas).

Os principais agentes alquilantes são: cisplatina ciclofosfamida, clorambucila, melfalano, ifosfamida, carmustina e bussulfano.

Antimetabólitos

Um antimetabólito é um tipo de fármaco, isto é, substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica, benéfica ao organismo, com estrutura bioquímica similar a um metabólito necessário para reações normais, assim o inibindo por competição. Eles agem causando toxicidade na célula com câncer em um ciclo específico.

A sua similaridade é suficiente para ser reconhecida pelo corpo, mas insuficiente para manter as funções normais, portanto altera o metabolismo da célula, incluindo a divisão celular. É uma via terapêutica comum em casos de câncer ou doenças autoimunes.

Os principais antimetabólitos são: metotrexato, raltitrexede, cladribina, mercaptopurina, tioguanina, capecitabina, citarabina, azacitidina, e fluoruracila.

Alcalóides da vinca

Os alcaloides da vinca são um grupo de substâncias citotóxicas derivadas da planta Catharanthus roseus, também conhecida como vinca-de-madagáscar, que são utilizadas no tratamento de vários tipos de câncer, especialmente leucemias e linfomas. Eles atuam principalmente como antimitóticos, ou seja, interferem na divisão celular, impedindo o crescimento descontrolado de células cancerosas.

Os alcaloides da vinca atuam ligando-se à tubulina, uma proteína essencial para a formação do fuso mitótico, estrutura responsável pela separação dos cromossomos durante a divisão celular. Ao se ligarem à tubulina, eles impedem a polimerização dos microtúbulos, bloqueando a mitose e levando à morte celular (apoptose).

Os principais alcalóides da vinca são: vimblastina, vincristina, vindesina, leurosine, vindolina, vinorelbina.


Referências Bibliográficas

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília: Anvisa, 2010.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, Organização Pan-Americana da Saúde – Opas. Módulo 2 – Protocolos de Segurança do Paciente. Universidade de Brasília - UNB, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Segurança do Paciente. Guia Rápido de Prevenção e Tratamento de Lesão por Pressão. Câmara Técnica de Cuidados com a Pele, Câmara Técnica de Segurança do Paciente, Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Regional da Asa Norte NQSP/HRAN. Brasília, 2020.

Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos.Ministério da Saúde, 2022.

PIANUCCI, Ana. Saber cuidar: procedimentos básicos em enfermagem. 13. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.

SILVA, Aline Teixeira et al. Assistência de enfermagem e o enfoque da segurança do paciente no cenário brasileiro. Saúde em debate, v. 40, p. 292-301, 2016.

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