Cuidados de enfermagem
Os cuidados de enfermagem referem-se às ações e intervenções realizadas pelos profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) para promover, manter ou restaurar a saúde dos pacientes, prevenir doenças e aliviar o sofrimento. Esses cuidados são baseados em conhecimentos científicos, habilidades técnicas e uma abordagem humanizada, visando atender às necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais do indivíduo.
Conforto: nada mais é do que o bem estar físico e mental, um estado em que o indivíduo está isento de qualquer tipo de ansiedade, dor ou inquietação. Ele pode ser espiritual, psicológico e físico.
Cuidados paliativos: consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que não responde ao tratamento curativo e que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
Os cuidados paliativos estão focados no oferecimento e na manutenção do conjunto de cuidados para conforto físico e psicoemocional do binômio pessoa-família, não sendo possível fazer uma lista de medicações obrigatórias.
Prontuário do paciente
O prontuário é um instrumento sigiloso, físico ou eletrônico, onde são inseridas informações sobre o paciente e que serve como fins legais para respaldar tanto os pacientes quanto aos profissionais sobre os procedimentos e orientações realizadas durante o atendimento ao cliente hospitalizado. Ele também é um meio de comunicação entre as equipes, podendo assim dar continuidade ao tratamento evitando recursos terapêuticos desnecessários ou repetitivos.


O prontuário é um documento fundamental para garantir uma assistência livre de danos, como a imprudência e a negligência. A falta de dados ou informações pode levar a erros irreversíveis, como a assistência prestada ao cliente errado.
Cada instituição preconiza a constituição de seu próprio prontuário, que é basicamente formado de: identificação do paciente, folha de prescrição médica, folha de evolução médica, folha de anotação de enfermagem, sistematização da assistência de enfermagem, resultados de exames, tratamento e evolução da doença e resumo da alta.
Prontuário eletrônico
O prontuário eletrônico é uma ferramenta de informação clínica que permite aos profissionais de saúde registrar, armazenar e acessar informações sobre o estado de saúde de um paciente.
Ele é fruto dos avanços e da disponibilidade de soluções tecnológicas, sendo uma alternativa ao prontuário tradicional em papel e oferece uma série de vantagens, incluindo a facilidade de acesso à informação, acesso simultâneo, segurança dos dados, rapidez na atualização dos registros e a possibilidade de integração com outros sistemas de saúde. Além disso, o prontuário eletrônico ajuda a evitar erros de medicamentação e a melhorar a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes.
A digitalização de documentos não pode ser considerada como um prontuário eletrônico, uma vez que não permite a busca digital por informações e não possibilita a estruturação e abordagem estatística dessas informações.
Internação hospitalar
A internação hospitalar é definida como o processo de admissão de um paciente em uma unidade hospitalar, por tempo determinado ou indeterminado, com o objetivo de receber assistência à saúde que exijam cuidados contínuos, monitoramento clínico e/ou intervenções terapêuticas que não podem ser realizadas em regime ambulatorial (BRASIL, 2021).
Segundo Portaria nº 1.060/2002 do Ministério da Saúde, a internação ocorre quando há necessidade de permanência do paciente por período superior a 24 horas, com ou sem pernoite, para tratamento de condições clínicas, cirúrgicas, obstétricas ou psiquiátricas.
Internação hospitalar prolongada
A internação prolongada é definida como a permanência hospitalar do paciente por um período superior ao considerado habitual para a sua condição clínica, procedimento ou faixa etária, de acordo com os protocolos assistenciais e diretrizes clínicas.
Em adultos: geralmente é considerada prolongada a internação que ultrapassa 14 dias (DUARTE et al., 2019).
Em pediatria e neonatologia: o tempo varia conforme o peso ao nascer e as comorbidades. Em UTIs neonatais, internações >28 dias já podem ser classificadas como prolongadas.
Os principais fatores que podem contribuir para a internação hospitalar prolongada são: múltiplas comorbidades, infecção hospitalar e complicações cirúrgicas no pós-operatórias.
Prescrições médicas
A prescrição médica é o ato formal e legal realizado pelo profissional médico, no qual ele orienta, de forma escrita, os cuidados, tratamentos, exames ou medicamentos que devem ser administrados ao paciente, com base na avaliação clínica, diagnóstico e necessidades terapêuticas específicas.
De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina - CFM nº 1.974/11, a prescrição deve conter, obrigatoriamente: nome completo do paciente; data e hora da prescrição; nome do medicamento (preferencialmente pela DCB – Denominação Comum Brasileira); dose, via de administração, frequência e duração do tratamento; assinatura e carimbo com o número do CRM do médico responsável.
As prescrições médicas devem ser completas (sem o uso de códigos ou símbolos), legíveis e sem rasuras, utilizando unidades de pesos e medidas oficiais, com assinatura e número de inscrição do prescritor no respectivo conselho profissional.
As prescrições podem ser classificadas quanto à: origem, tipos de medicações e tipos de prescrições.
Origem: ambulatorial ou hospitalar.
Tipos de medicações: manipulada (magistral ou galênica) ou oficial.
Tipos de prescrições: padrão, única, imediata, pro re nata ou se necessária e permanentes.
A prescrição "pro re nata" é uma modalidade de prescrição médica que determina o uso de um medicamento ou intervenção "quando necessário" ou "conforme a necessidade do paciente", ou seja, não é de uso contínuo, mas sim eventual, conforme surgimento de sintomas específicos.
A resolução Cofen 689/2022 normatiza a atuação da equipe de enfermagem no cumprimento de prescrições a distância, através de meios eletrônicos.
O sistema de distribuição de medicamentos depende das características da instituição de saúde, complexidade, gestão de estoque, entre outros. Existem quatro sistemas principais: coletivo, individual (ou individualizado), combinado e dose unitária.
Evolução de enfermagem
A evolução de enfermagem é uma análise feita de forma contextualizada, reflexiva, e acurada, de responsabilidade única do enfermeiro, que deve ser prestadas informações, dos fatos que ocorreram com o paciente nas 24 horas visando garantir a continuidade das informações.
A interpretação e o processamento dos dados feio pelo enfermeiro deve levar em consideração as anotações de enfermagem, anamnese, exame físico, resultados de exames, diagnósticos e comparar com a última avaliação realizada.
A principal diferença é que anotação de enfermagem deve ser realizada por toda a equipe (enfermeiros, técnicos em enfermagem e auxiliar de enfermagem), enquanto que a evolução de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro, conforme previsto no art. 11 da Lei do Exercício Profissional (Lei 7.498/86).
Anotações de enfermagem
As anotações de enfermagem são os dados brutos, de forma clara e objetiva, sem ser analisados, interpretados, ou feitos qualquer julgamento de valor, com registros pontuais, ou seja, devem ser anotados todos os sinais e sintomas intercorrências e respostas dos pacientes, estas anotações podem ser feitas por qualquer membro da equipe de enfermagem, no momento que ocorreu.
Cabe a todos da equipe de enfermagem a tarefa de transmitir, através dos registros de enfermagem no prontuário, os dados referentes à evolução do estado do paciente, os sinais e sintomas e as reações durante a internação hospitalar, é função do enfermeiro supervisionar se a ação está sendo executada de forma correta.
Relatório de semi-intensiva - traumatismo cranioencefálico
Paciente 45 anos, sexo masculino, tipo sanguíneo A+, internado na semi-intensiva, com histórico de traumatismo cranioencefálico, comatoso, em uso de anticonvulsivantes profiláticos (fenitoína 100 mg), em ventilação mecânica invasiva, 3° dia de internação, sem comorbidades, sem alergias conhecidas, com tubo orotraqueal nº 8, acoplado a ventilador mecânico-pulmonar em modo assisto-controlado, cuff com pressão de 25 cmH2O: FiO2: 60%; PEEP: 8 cmH2O; Volume Corrente: 450ml; FR: 16 rpm, com circuito fechado para aspiração traqueal, com funções cognitivas prejudicadas, não responsivo, pupilas fotorreagentes, utilizando bomba de infusão para sedoanalgesia com midazolam (5 ml/h), fentanil (5 ml/h) e noradrenalina (5ml/h) em equipo fotossensível, precedex (2 ml/h), dobutamina (5 ml/h), nipride (5 ml/h), escala RASS -2, com monitor multiparamétrico, apresenta-se hemodinamicamente instável, hipotensão arterial, taquisfigmia, febre, gemente, mantém acesso venoso central em veia jugular interna direita com dupla luz e dispositivo de três vias, pérvio, mantém também acesso venoso periférico em membro superior esquerdo em arco venoso da mão para administração de medicamentos e fluidos manutenção da volemia, sem sinais de flebite, infiltração ou obstrução nos dispositivos, o abdome está flácido, indolor a palpação, perfusão capilar periférica preservada (< 2 segundos), pele íntegra, hidratada, mucosas úmidas, livre de edema, anictérica, cianose nas extremidades, sem lesões por pressão, foi realizado banho de leito para proporcionar conforto e bem-estar, com o auxílio de técnica de enfermagem de apoio, foi posicionado biombo ao redor do leito, de forma a proporcionar isolamento visual e reduzir a exposição do corpo, feito a higienização oral com clorexidina 0,12% e dentifrício fluoretado, aplicada loção hidratante na pele, desodorante nas axilas, talco nas virilhas, pomada Hipogloss nas virilha para prevenir e combater a assaduras, com afta bucal, feito lubrificação e proteção ocular com gazes, feito a troca de lençois e fralda descartável, feito curativo no acesso central, balanço hídrico com entrada de 2.150 ml, saída 2.000 ml e saldo positivo + 150 ml, apresenta diurese 300 ml por meio de sonda vesical de demora nº 14, em sistema fechado, de cor escura e com sedimentos (grumos esbranquiçados), fezes ausente, diarreia de consistência pastosa, 3 episódios até o momento, com sonda nasoenteral para suporte nutricional, com dieta polimérica, normocalórica, normoproteica, normoglicídica, normolipídica, isenta de lactose e fibras, em duas oportunidades (09:30 e 14:30), 220 ml, infundida a 60 ml/h, com elevação da cabeceira a 45° para evitar broncoaspiração, realizado flush com 30 ml de água filtrada para evitar obstrução da sonda, às 12:00 e 17:00 foi realizado hidratação com 180 ml de água filtrada, conforme a prescrição da nutricionista, foi realizada contenção física do tipo luva box em membros superiores, devido ao comportamento agitado do paciente e tentativas recorrentes de retirada da sonda nasoenteral, conduta realizada com o objetivo de preservar a integridade física do paciente e manter a terapêutica prescrita, com as grades laterais elevadas para prevenção de quedas, instalado colchão pneumático, feito a proteção das proeminências ósseas (calcanhares, cotovelo, região sacral, escápulas e região occipital) com coxins, mobilização passiva dos membros, com mudanças de decúbito em bloco a cada 2 horas, alinhamento postural, com lesão por pressão em estágio II na região sacral (4x5cm ~), tratada com curativo de hidrocoloide, segue em repouso no leito em decúbito dorsal, na posição semi-fowler, conciliando sono, repouso e vigília, sob assistência da enfermagem.
Relatório de enfermagem - gestante
Paciente gestante, 24 anos, tipagem sanguínea A+, primigesta, feto único, com idade gestacional de 39 semanas e 1 dia, conforme a caderneta do pré-natal e ultrassonografia obstétrica recente, com história de pré-eclâmpsia evidenciado por hipertensão arterial, edema e proteinúria, pré-natal adequado com 12 consultas realizadas, histórico vacinal completo, sem alergias conhecidas, admitida para procedimento cirúrgico eletivo com realização de cesariana, encontra-se em bom estado geral, funções cognitivas preservadas, lúcida, consciente, orientada em tempo e espaço, responsiva, verbalizando com coerência, colaborativa, emocionalmente estável, contactando, mucosas coradas e úmidas, hidratada, perfusão capilar < 2 segundos, livre de edema, anictérica, acianótica, normotensa, normosfigmia, eupneica, afebril, normoglicêmica, sem queixas álgicas no momento, a ausculta fetal com o sonar revelou frequência cardíaca fetal de 148 bpm, com ritmo regular, bem audível e sem sinais de sofrimento fetal, contrações uterina presente, dolorosas regulares, iniciadas há cerca de 4 horas, com intervalo de 5 minutos, duração de aproximadamente 60 segundos, sem perda de líquido amniótico, sem sangramento ativo, o toque vaginal foi realizado pelo médico plantonistas, sendo: colo apagado, 5 cm de dilatação, a paciente verbalizou estar tranquila em relação ao procedimento cirúrgico, sendo acolhida e orientada quanto às etapas do processo, foi instalado acesso venoso periférico calibroso (cateter n° 20) em membro superior esquerdo, com sucesso na primeira tentativa, infundindo solução cristaloide (Ringer Lactato) para manutenção da volemia, com tricotomia abdominal suprapúbica já realizada, vestido avental, retirado adornos, colocado a placa de identificação do leito, com pulseira branca de identificação do paciente, orientada quanto às rotinas hospitalares, a paciente assinou os termos para consentimento de anestesia ou sedação e autorização de cirurgia, bem como foi orientada quanto ao procedimento cirúrgico, riscos, benefícios e cuidados pré e pós-operatórios, sendo que a paciente demonstrou boa compreensão e aceitação da conduta médica, a paciente foi orientada a ficar em jejum e em decúbito dorsal com leve inclinação lateral esquerda para otimizar o fluxo sanguíneo uteroplacentário, com monitorização contínua dos sinais vitais maternos e da frequência cardíaca fetal, aguarda avaliação da equipe médica do centro cirúrgico para o início do procedimento conforme agendamento, sendo oferecido escuta ativa e suporte emocional pela equipe de enfermagem.
Relatório de enfermagem - puérpera de cesariana
Paciente puérpera de cesariana + laqueadura + raquianestesia, 28 anos, primípara, tipagem sanguínea A+, em alojamento conjunto, em pós-operatório imediato, sem equimose ou deiscência, clampeamento tardio do cordão umbilical, realizado após 3 minutos do nascimento, respeitando o escoamento sanguíneo placentário e contribuindo para o aumento dos estoques de ferro do recém-nascido, recém-nascido colocado em contato pele a pele com a mãe imediatamente após o nascimento e mantido aquecido, iniciada amamentação na primeira hora de vida, placenta expulsa de forma espontânea e íntegra, sem lacerações no canal de parto, com estado bom geral, calma, colaborativa, bem humorada, funções cognitivas preservadas, consciente, orientada em tempo e espaço, contactando, responsiva, verbalizando com coerência, mucosas coradas e úmidas, hidratada, com boa perfusão capilar (< 2 segundos), livre de edema, com hidratação venosa em curso, anictérica, acianótica, sem queixas álgicas, sem alergias conhecidas, teve prurido na face, tórax e membro superior foi prescrito (prometazina 50 mg intramuscular), durante o preparo da medicação, foi observada a ausência de (prometazina 50 mg) na farmácia da unidade, realizou-se substituição por medicamento intercambiável com princípio ativo semelhante (hidrocortisona 500 mg), com melhora significativa do quadro em aproximadamente 20 minutos, apresenta involução uterina fisiológica (+/- 2 cm) abaixo da cicatriz umbilical, de consistência firme a palpação, incisão cirúrgica sem sinais flogísticos, lóquios rubro fisiológico, sem odor fétido, em quantidade e características compatíveis com o período puerperal, com retenção urinária (foi administrado Nubain), fezes ausente (02 dias), dieta leve, foi orientada quanto a importância da dieta rica em fibras naturais, leguminosas e aumento da ingesta hídrica, iniciar com dieta leve, progredindo conforme aceitação e retorno do peristaltismo, bem como evitar o excesso de sal, doces, refrigerantes e alimentos ultra-processados, a paciente encontra-se normotensa, normosfigmia, normoglicêmica, afebril, eupneica, mamas túrgidas, mamilos protusos e sem fissuras, com presença de colostro bilateral, recebeu orientações sobre a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida em livre demanda, contato pele a pele imediato pós-parto, registro do bebê, triagem neonatal, vacinação do recém-nascido, limpeza do coto umbilical com álcool 70%, higiene perineal, retirada de pontos com 14 dias na unidade básica de saúde, realizado curativo oclusivo com técnica estéril em ferida operatória com soro fisiológico 0,9% e clorexidina suave 0,12% e filme transparente para fixação, foi realizado a troca de lençois e estimulado a deambulação, conforme o protocolo de prevenção de tromboembolismo, mantém acesso venoso periférico em veia cefálica do membro superior esquerdo com boa infusão, sem sinais flogísticos, infiltração ou coágulos, segue em repouso no leito na posição semi-fowler conciliando sono e repouso acompanhada por familiares (pai presente e participativo nos cuidados materno-infantil) e aos cuidados contínuos da equipe de enfermagem.
O recém-nascido é a termo, sexo masculino, peso 3.320g, comprimento 50 cm, perímetro cefálico 34 cm, com boas condições de vitalidade, ativo e reativo, boa tonicidade, presença de vérnix caseoso, coloração rosada em extremidades e tronco, respiração espontânea, tórax com boa expansividade, Apgar: 8/9 (1º e 5º minuto), diurese ausente, mecônio ausente, apresenta boa sucção ao seio materno, pega eficaz, com presença de colostro, no entanto há hipoglicemia sendo corrigido com fórmula infantil para lactantes (Aptamil premium), mantido em berço no alojamento conjunto aos cuidados neonatais da enfermagem com foco em vínculo mãe-bebê.
Balanço hídrico
O balanço hídrico é o controle da entrada e saída de líquidos em um determinado período, geralmente nas 24 horas, quando o paciente não consegue ingerir alimentos por via oral, sendo importante para evitar a hidratação em excesso ou a desidratação.
Entrada
A entrada ou ingesta hídrica devem considerar e ser registrados todos os líquidos administrados ao paciente, por qualquer via, com suas respectivas quantidades em mililitros (ml): dieta, água, soluções endovenosas, transfusão sanguínea entre outros. Isso permite avaliar a hidratação e o estado hemodinâmico com acurácia.
Água metabólica
A água metabólica é formada durante o processo de metabolismo, oxidação, proteínas, carboidratos e gorduras.
A fórmula para calcular a água metabólica é: {(peso x 0,5 x n° de horas) – 30}. Paciente de 60 kg, calcule o ganho de água metabólica em 24 horas. Resposta: (60kg x 0,5 x 24) – 30 = 690 ml.
Saídas
A saída ou perda do balanço hídrico deve considerar todos os líquidos eliminados pelo organismo, isto inclui as perdas sensíveis e insensíveis.
Perdas sensíveis
As perdas sensíveis são todos os líquidos eliminados que podem ser mensurados: diurese, drenos, sondas, hemorragias, vômitos, diarreia (quando coletado em fraldas descartáveis), entre outros.
Perdas insensíveis
As perdas insensíveis no balanço hídrico referem-se à eliminação de água sem que o indivíduo perceba, sendo independentes do controle voluntário. Essas perdas não são quantificadas diretamente durante o cuidado de enfermagem, mas devem ser estimadas para uma avaliação mais precisa do estado hídrico do paciente, elas ocorrem mediante fenômenos naturais como a evaporação e metabolismo.
A fórmula para calcular as perdas insensíveis é: peso kg x 0,5 x nº de horas. Paciente de 60 kg, calcule as perdas insensíveis em 24 horas. Resposta: 60kg x 0,5 x 24h = 60 x 0,5 x 24 = 720 ml.
A sudorese também é um fator que pode contribuir para a perda de líquido no corpo e pode ser: leve, mediana e profusa.
Leve: perda de aproximadamente 100 ml por hora.
Mediana: perda de aproximadamente 300 ml por hora.
Profusa: perda de aproximadamente 600 ml por hora.
A respiração normal está na faixa de 12 a 20 rpm (respirações por minuto), caso o paciente tenha uma respiração mais acelerada, subentende-se que vai gastar mais energia e neste sentido, acrescenta-se 1 ml para cada respiração acima de 20 por hora.
O aumento da temperatura também contribui para a perda de líquido por aumentar o metabolismo, nesse sentido acrescenta-se 10% no resultado final de perdas insensíveis a cada grau aumentado: 38 °C = + 10%; 39 °C + 20% …
Interpretação do balanço hídrico
O balanço hídrico é positivo quando a ingestão é maior que a eliminação, podendo indicar retenção hídrica, risco de sobrecarga volêmica, edema, hipertensão ou agravamento de condições cardíacas e renais.
Equilibrado (± 200 mL): com homeostase mantida deve-se manter hidratação.
Levemente positivo (até +500 mL): tolerado em pós-2operatórios, jejum, UTI e deve-se 2 edemas e sinais de
Positivo elevado (> +500 mL): há risco de sobrecarga hídrica deve-se avaliar função renal e ajustar infusão.
Negativo leve (-200 a -500 mL): potencial perda insensível deve-se reforçar ingesta líquida.
Negativo grave (> -500 mL): há risco de hipovolemia e choque deve fazer a reposição urgente.
O balanço hídrico é negativo quando a eliminação é maior que a ingestão, indicando risco de desidratação, hipotensão, hipovolemia, redução da perfusão tecidual e disfunções renais.
Sinais vitais
Os sinais vitais são indicadores do desempenho das funções responsáveis pela manutenção da vida que indicam a condição hemodinâmica de uma pessoa sendo que a observação rigorosa destes parâmetros são indicadores para intervenções rápidas e eficientes, no intuito de se conseguir o retorno à condição basal do cliente.
A hemodinâmica estuda os movimentos e pressões da circulação sanguínea para diagnosticar e tratar doenças com métodos seguros e minimamente invasivos, que aumentam o conforto do paciente e reduzem o tempo de sua recuperação e a possibilidade de infecções.
A realização de sinais vitais, que é um procedimento em que se entra em contato com a pele íntegra da pessoa, realizando aferição de pulso, pressão, temperatura e frequência respiratória, é realizada na técnica de assepsia médica, ou seja, higiene das mãos com água e sabão e uso de álcool nos equipamentos para limpeza.
Pressão arterial
A pressão arterial é o resultado do débito cardíaco versus a resistência vascular + viscosidade sanguínea, isto é, a força do sangue que atua sobre as paredes dos vasos sanguíneos enquanto o coração bombeia o sangue para todo o corpo. Ela é um dos principais indicadores da saúde cardiovascular e é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é composta por dois valores: sistólica e diastólica.
A viscosidade do sangue é o aumento do nível de proteínas plasmáticas ou da parte figurada do sangue, isto é, espessamento das células sanguíneas com menor adesividade que pode causar má perfusão tecidual.
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial, crônica, assintomática, de alta prevalência e incidência em toda população sendo responsável por alta frequência de internações hospitalares e complicações cardíacas.
Ela é caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA >= 140 x 90 mmHg). Os métodos para verificação de pressão arterial são: não invasivos (manuais ou automatizados) e invasivos.
Pressão arterial invasiva
A pressão arterial é aferida em duas leituras (sistólica e diastólica) e os valores são expressos em milímetros de mercúrio (mmHg).
A pressão arterial convergente é quando as pressões sistólicas e diastólicas estão muito próximas ou aquela em que os valores da pressão sistólica e diastólica estão menores que 30 mmHg: 110 x 100 mmHg.
As principais causas da pressão arterial convergente são: insuficiência cardíaca, baixo débito cardíaco, choque hipovolêmico e hipotireoidismo.
A pressão arterial divergente é quando as pressões sistólicas e diastólicas estão muito afastadas ou aquela em que os valores da pressão sistólica e diastólica estão maiores que 60 mmHg: 170 x 100 mmHg.
A hipertensão sistólica isolada é definida como pressão arterial sistólica > 140 mmHg e pressão arterial diastólica < 90 mmHg, sendo a forma mais prevalente de elevação da pressão arterial em pacientes acima de 50 anos de idade.
As principais causas da pressão arterial divergente são: insuficiência aórtica, fístula arteriovenosa, fibrose senil de grandes vasos e hipertireoidismo.
A hipertensão arterial é um fator para o desenvolvimento de doenças como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, entre outras.
Fatores modificáveis: obesidade, alimentação, alcoolismo, tabagismo, estresse, sedentarismo, controle da pressão arterial e diabetes.
O sal deve ser consumido o mínimo possível, cerca de 4 gramas por dia, o que equivale a uma colher de chá (5ml), considerando todas as refeições.
Existem diversos tipos de sais: sal rosa do Himalaia, sal de Maldon, sal negro, sal grosso, sal Kosher e flor de sal.
O sal rosa do Himalaia vem, legitimamente, das salinas do Himalaia, na Ásia. Ele se formou naturalmente na região por milhares de anos e é rico em minerais e nutrientes benéficos ao organismo. Dentre seus componentes, destaque para o bicarbonato, cálcio, magnésio, potássio, brometo e sulfato de estroncio.
Fatores não modificáveis: idade, gênero, etnia e hereditariedade.
O monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA) é um exame que mede a pressão arterial a cada 20 minutos, durante 24 horas, para a obtenção da pressão arterial durante a vigília e o sono.
O esfigmomanômetro aneroide ou manual é um aparelho médico que mede a pressão arterial sanguínea. É o tipo de esfigmomanômetro mais utilizado por profissionais de saúde e é considerado o mais seguro para exames diagnósticos.
7º diretriz brasileira de hipertensão arterial
A sociedade brasileira de hipertensão (SBH) organiza uma série de eventos para difundir o tema tanto entre os médicos e profissionais da saúde quanto para a população em geral.
A 7º diretriz brasileira de hipertensão arterial propôs algumas técnicas e orientações, sendo:
A pressão arterial deve ser medida em toda avaliação por médicos de qualquer especialidade e demais profissionais da saúde devidamente capacitados.
Recomenda-se, pelo menos, a medição da pressão arterial a cada dois anos para os adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg.
A medida da pressão arterial por aparelhos com técnica oscilométrica apresenta a vantagem de diminuir os erros sistemáticos de aproximação de valores em relação à técnica auscultatória.
No entanto, o método auscultatório é o mais indicado para acompanhar a evolução das respostas cardiovasculares durante o treinamento de força.
Deve-se:
– Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo. Instruí-lo a não conversar durante a medição, sendo que possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do procedimento.
– Pedir para o paciente esvaziar a bexiga porque a sensação de bexiga cheia prejudica a aferição da pressão arterial, bem como de não praticar exercícios físicos pelo menos 60 minutos antes, não ingerir bebidas alcoólicas, café ou outros alimentos que deixem a pessoa mais agitada e não fumar 30 minutos antes. Para verificar corretamente, a pessoa deve estar tranquila e sem estresse por perto.
Pressão arterial nos membros superiores
Para verificar a pressão arterial nos membros superiores deve-se:
– Prender o manguito firmemente cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, ao nível do coração, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. Caso o braço esteja acima do nível do coração, a pressão arterial pode resultar em falso-baixa.
– A largura do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento, envolver pelo menos 80% (12 cm de largura e 23 cm de comprimento). Se um manguito estreito for utilizado em um braço maior, a pressão aferida não será falsamente alta.
– Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como referência.
A medição da pressão arterial em crianças é recomendada em toda avaliação clínica após os 3 (três) anos de idade, pelo menos anualmente, como parte do atendimento pediátrico primário, devendo respeitar as padronizações estabelecidas para os adultos.
Pulso
O pulso corresponde ao rítmo cardíaco e a força de ejeção de sangue nas artérias, ele pode ser medido em qualquer artéria, mas geralmente a escolhida é a radial ou carótida, por serem de fácil localização.
Frequência respiratória
A frequência respiratória corresponde ao número de vezes que a pessoa respira por minuto sendo que o padrão respiratório de uma pessoa pode sofrer alterações fisiológicas em algumas situações, como na realização de esforços físicos, estresse emocional ou durante o choro.
Para verificar a frequência respiratória não se deve colocar a mão no abdômen, o paciente não pode perceber que está sendo realizado a verificação da respiração para que ele não mude a mesma.
Temperatura corporal
A temperatura corporal é a diferença entre a quantidade de calor produzido por processos do corpo e a quantidade de calor perdido para o ambiente externo, esse controle é feito pelo hipotálamo que é um termorregulador.
O sangue é um importante condutor de calor; dessa forma, quando o corpo esquenta muito, promove a dilatação dos vasos periféricos, facilitando a irradiação do calor pela superfície do corpo. Quando o corpo sente muito frio, ocorre o inverso, a vasoconstrição dos vasos, o que naturalmente diminui a perda de calor.
Os seres humanos são homeotérmicos, ou seja, conseguem manter a temperatura estável, em torno de 36 a 37 graus Celsius, mesmo em condições extremas de frio ou de calor. Isso só é possível por meio da regulação da temperatura, que depende da relação entre o que se produz e o que se dissipa ou o que se perde de calor.
Existem alguns fatores que podem interferir na temperatura corporal: exercícios físicos, excesso de vestimentas, banhos, menstruação e ovulação.
Dor
A dor é uma experiência individual, subjetiva, sensorial e emocional desagradável que ocorre em diferentes graus e intensidade que pode ser modulada por fatores fisiológicos, psicológicos e ambientais.
A dor como 5º sinal vital foi citada pela primeira vez em 1966 por James Campbell, com o objetivo de elevar a conscientização entre os profissionais da saúde sobre o tratamento da dor.
Unidade do cliente
A unidade do cliente é aquela ocupada por ele e refere-se ao espaço físico e organizacional onde o paciente recebe cuidados de saúde em um ambiente hospitalar, clínico ou ambulatorial. Esse espaço é projetado para atender às necessidades do paciente, garantindo conforto, segurança e eficiência no atendimento.
Enfermarias
A enfermaria é um espaço individual ou compartilhado dentro de um hospital, clínica ou instituição de saúde destinado ao atendimento e cuidado de pacientes que necessitam de internação, mas não estão em condições críticas que exijam unidades de terapia intensiva (UTIs).
A estrutura física básica de uma enfermaria inclui: leito, banheiro, mesa pequena, cilindro de oxigênio, suporte para soro, dietas e medicações. Além disso, pode haver bomba de infusão, monitor multiparamétrico, berço para recém-nascidos e carrinho de emergência.
A estrutura física básica de uma enfermaria inclui: leito, banheiro, mesa pequena, cilindro de oxigênio, suporte para soro, dietas e medicações. Além disso, pode haver bomba de infusão, monitor multiparamétrico, berço para recém-nascidos e carrinho de emergência.
Banho de leito
Uma das atividades que fazem parte da rotina dos hospitais é o banho do paciente e não há como negar a sensação de bem-estar e conforto que ele gera, sem falar na remoção de sujidades causadoras de doenças e infecções, oferecendo melhora biofuncional, além de fortalecer a autoimagem, extremamente importante para aqueles que estão em situação vulnerável. O banho de leito permite maior interação enfermagem-paciente, favorece a realização do exame físico e fornece subsídios para a identificação precoce de úlceras por pressão e outras anormalidades.
Higiene e lipeza da unidade do cliente
A higiene e limpeza da unidade do cliente são práticas essenciais para garantir um ambiente seguro, confortável e livre de contaminações em hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de saúde. Esses procedimentos ajudam a prevenir infecções hospitalares, promovem o bem-estar do paciente e mantêm a organização do espaço.
Limpeza concorrente: é feita diariamente nas dependências de saúde em todos os setores como enfermaria, unidade do paciente, corredores e áreas administrativas. Trata-se de uma limpeza úmida com água e sabão ou detergente com o objetivo de proporcionar o bem-estar do paciente e diminuir o risco de infecção e que não envolve a utilização de máquinas. Esta também organiza o ambiente e repõe os materiais de consumo diário como sabonete líquido, papel toalha e outros.
Limpeza terminal: trata-se de uma limpeza mais completa, incluindo todas as superfícies horizontais e verticais, internas e externas, incluindo piso, parede, vidros e portas, sendo feita após altas, transferências, internações prolongadas (mais de 15 dias) ou óbitos. É indicado que seja realizada do local mais limpo para o mais sujo, ou seja, teto, paredes, portas e chão.
Classificação dos cuidados com o paciente
A classificação dos cuidados com os pacientes é uma forma de organizar e priorizar a assistência de acordo com as necessidades clínicas, gravidade da condição e complexidade do tratamento. Essa classificação ajuda a equipe de saúde a direcionar recursos e esforços de maneira eficiente, garantindo que os pacientes recebam o atendimento adequado no momento certo.
Cuidados mínimos
O paciente de cuidado mínimo é aquele que está estável do ponto de vista clínico e de enfermagem, são pessoas autossuficientes quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas.
Cuidados intermediários
O paciente de cuidado intermediário é aquele que está estável do ponto de vista clínico e de enfermagem, são pessoas parcialmente dependentes quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas.
Alta dependência
O paciente de cuidado de alta dependência é aquele que está estável do ponto de vista clínico e de enfermagem, são pessoas com doenças crônicas ou de cuidados paliativos e com total dependência quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas.
Cuidados semi-intensivos
O paciente de cuidado semi-intensivo é aquele que está com alguma instabilidade das funções vitais, porém, recuperável, sem risco iminente de morte e requer assistência de enfermagem e médica permanente e especializada.
Cuidados intensivos
O paciente de cuidado intensivo é aquele com instabilidade das funções vitais, apresenta risco iminente de morte e requer assistência de enfermagem e médica permanente e especializada. Os pacientes de categoria de cuidados intensivos deverão ser internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com infraestrutura e recursos tecnológicos e humanos adequados.
Posições para exames e procedimentos
As posições para exames, tratamentos ou uso de medicações são posicionamentos que facilitam a realização de procedimentos de muita formas variadas e cada uma delas tem uma nomenclatura própria que a identifica de acordo com o tipo de exame e a área do corpo a ser avaliada.
Posição ereta
A posição ereta ou ortostática consiste em solicitar que o paciente fique de pé com o tronco ereto e os braços ao longo do corpo, os pés devem estar ligeiramente afastados e o olhar fixo na linha do horizonte.
Decúbito dorsal
A posição decúbito dorsal ou posição supina é uma das posições mais utilizadas na área da saúde. Ela se constitui pelo posicionamento do paciente deitado de costas com as pernas posicionadas de forma estendida ao lado do corpo.

Entre as diversas situações que podemos utilizar este tipo de posição temos a realização de exames (palpação) ou mesmo a administração de medicamentos.
Decúbito ventral
A posição de decúbito ventral ou pronta consiste em uma das posições para exames em que a pessoa fica deitada de abdômen para baixo. Apesar de pouco utilizada, esta posição pode ser importante para diminuir a atelectasia e melhorar a oxigenação pulmonar, realização de exames na parte posterior do tórax, região cervical, lombar e glútea.
Posição genupeitoral
A posição genupeitoral é um tipo de decúbito ventral, com tórax e coxas flexionadas, levantando o assento, apoiando-se nos joelhos e cotovelos, geralmente utilizada para exames do reto e próstata.
Posição de Jackknife ou canivete
A posição Jackknife, canivete, Kraske ou Depage é um tipo de decúbito ventral, com as coxas e as pernas para fora da mesa e o tórax sobre a mesa, a qual deve estar levemente inclinada no sentido oposto das pernas, geralmente utilizada para procedimentos do reto e próstata.
Armação de Wilson
A armação de Wilson é amplamente utilizada em cirurgias de coluna lombar para posicionar pacientes em decúbito ventral, com pequeno risco de complicações. Ela flexiona a coluna lombossacral e abre os espaços interespinhosos posteriormente, proporcionando acesso mais fácil, com pouca pressão nas estruturas vasculares abdominais
Posição de Fowler
A posição de Fowler consiste na posição semi-sentada no leito em 90 º (Fowler alta), 45 º (Semi-Fowler) e 30 º (Fowler baixa), de inclinação respectivamente. Ela é utilizada em várias situações, tais como: para conforto, higiene oral, melhora de quadros de dispneia, prevenir broncoaspiração e regurgitação, em pós-operatório de tireoide, tórax e abdome.
Isso porque o posicionamento não provoca pressão sobre o diafragma ou a caixa torácica, permitindo o relaxamento da musculatura abdominal, sem prejudicar a capacidade respiratória. A posição também tem pouco impacto sobre a circulação sanguínea e pressão nos nervos e músculos, o que a torna ideal para repouso.
George Ryerson Fowler: foi u m renomado cirurgião norte-americano, nascido em 25 de dezembro de 1849 no Brooklyn, famoso bairro de Nova Iorque. Ele buscou conhecimentos na área, estudando no Bellevue Hospital Medical College, onde se formou em 1871.
Desde o início de sua carreira, deu atenção especial à cirurgia e procedimentos relacionados, defendendo métodos de esterilização de equipamentos e ambientes. Ele começou a atuar como cirurgião em 1883, no Hospital St. Mary no Brooklyn e, 4 anos mais tarde, se tornou chefe de cirurgia no Hospital Metodista de Nova York, ambos no Brooklyn. Os esforços aumentaram seu prestígio, levando-o a fundar a Cruz Vermelha do Brooklyn, em 1884.
Em 1898, prestou serviços na Guerra Hispano-Americana, com forte atuação em protocolos de primeiros socorros. Além da posição que ganhou seu nome, Fowler é lembrado pela conclusão da primeira cirurgia reparadora do tórax (toracoplastia) já realizada, em 1893.
Decúbito lateral
A posição de decúbito lateral consiste na posição lateral esquerda ou direita, com a perna que está do lado de cima flexionada, afastada e apoiada na superfície de repouso. Ela é utilizada para conforto, verificação de temperatura pelo reto, prevenção de broncoaspiração em caso de convulsões.
Posição de Sims
A posição de Sims é aquela em que o paciente fica deitado sobre a lateral esquerda do corpo, o membro inferior direito deve estar flexionado até quase encostar o joelho no abdome, o membro inferior esquerdo deve manter-se estirado. Esta posição é utilizada para aplicação de supositório, realização de Fleet enema e ou lavagem intestinal (enteroclisma).
Posição ginecológica
A posição ginecológica consiste no decúbito dorsal, com as pernas flexionadas afastadas e joelhos dobrados. Ela é utilizada para exames dos órgãos genitais internos e externos, cirurgias, cateterização, partos, entre outros.
Posição litotômica
A posição litotômica ou litotomia consiste no posicionamento do paciente em decúbito dorsal com as pernas afastadas e suspensas sobre perneiras e joelho a 90°. Esta posição é utilizada para exames dos órgãos genitais internos e externos e em cirurgia do trato urinário e genital.
Posição de Trendelenburg
A posição de Trendelenburg é uma variação da posição decúbito dorsal em que o paciente fica com o corpo inclinado para trás, pernas e pés acima do nível da cabeça, formando um ângulo de inclinação de aproximadamente 15 a 30 graus, normalmente usada em casos de hemorragia, choque, edema, tromboflebite, entre outros.
A posição oferece melhor visualização dos órgãos pélvicos em procedimentos cirúrgicos ou laparoscópicos de abdome inferior ou de pelve, melhora o retorno venoso, auxilia na remoção de corpos estranhos da traqueia, pois facilita a drenagem de secreções.
As principais contraindicações para a posição de Trendelenburg são: hipertensão intracraniana, insuficiência cardíaca congestiva porque sobrecarrega o coração, doenças pulmonares graves porque prejudica a ventilação.
Posição de Trendelenburg reversa
A posição de Trendelenburg reversa, invertida ou proclive consiste no decúbito dorsal, com o corpo inclinado para frente, pernas e pés abaixo do nível da cabeça, formando um ângulo de inclinação de aproximadamente 15 a 30 graus, sendo utilizada para tratamento de embolismo aéreo venoso, melhorar a circulação cerebral, prevenir broncoaspiração e regurgitação.
A posição é utilizada em procedimentos cirúrgicos na cabeça, pescoço e esôfago, procedimentos laparoscópicos, essa posição oferece melhora na respiração principalmente em pacientes com sobrepeso pois facilita a expansão pulmonar, previne regurgitação e ajuda na redução de hipertensão intracraniana.
As principais contraindicações da posição de Trendelenburg reversa são: trombose venosa profunda porque dificulta o retorno venoso e hipotensão grave porque reduz o fluxo sanguíneo para o cérebro.
Equipameno de proteção individual
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são dispositivos ou produtos utilizados para proteger os trabalhadores contra riscos ocupacionais que possam ameaçar sua segurança e saúde do trabalhador, eles são essenciais para os mais diversos profissionais, inclusive a enfermagem.
Paramentação de equipamentos de proteção
A paramentação é o processo de vestir e utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) e outros itens específicos para realizar procedimentos que exigem condições de esterilidade ou proteção contra contaminações. Ou seja, é o conjunto de barreiras contra microorganismos com a finalidade de proteger os profissionais de saúde em meio à atuação.
As principais precauções padrões na paramentação são: higienização das mãos, usar avental, máscara, óculos de proteção, luvas e descontaminação de superfícies.
A sequência da colocação de EPIs são: higienização das mãos, vestir o avental, colocar a máscara, colocar os óculos de proteção, colocar o gorro (touca), colocar o protetor facial (caso use) e calçar as luvas.
A sequência da retirada de EPIs são: retirar as luvas, retirar o avental, higienizar as mãos, retirar o protetor facial (caso tenha usado), retirar o gorro (touca), retirar os óculos, retirar a máscara e higienizar as mãos.
Tipos de máscaras
As máscaras são equipamentos de proteção individual (EPIs) utilizados para prevenir a transmissão de partículas, gotículas e microrganismos, protegendo tanto o usuário quanto as pessoas ao seu redor. Existem diferentes tipos de máscaras, cada uma com características e indicações específicas, sendo: máscara cirúrgica, máscara PFF e máscara N95 ou PFF2.
Classificação das áreas hospialares
A classificação das áreas hospitalares leva em consideração a sujidade, isto é, resíduos físicos, químicos ou biológicos que podem ser encontrados em qualquer superfície.
Em ambientes, superfícies e roupas, as sujidades podem ocasionar diferentes efeitos, por isso, conhecer o tipo de sujidade e material com o qual se está lidando é essencial para determinar como deverá ser feita a limpeza e quais produtos devem ser utilizados no seu processo, afinal, quanto mais limpo o ambiente, menor o risco de contaminação para a saúde das pessoas.
Áreas críticas
As áreas críticas ou restritas são os ambientes onde existe risco aumentado de transmissão de infecção com ou sem paciente, seja por conta de procedimentos invasivos, pacientes com doenças transmissíveis, imunodeprimidos ou onde há manuseio de equipamentos contaminados. Dessa maneira, os microrganismos presentes em sujidades nas superfícies desses locais podem ser disseminados entre pacientes.
As principais áreas críticas de um hospital são: unidade de terapia intensiva, banco de sangue, unidade de hemodiálise, farmácia, laboratório de análise clínica, unidade de isolamento, serviço de nutrição e dietética, unidade de queimados, bloco cirúrgico, central de material de esterilização e lavanderia.
Áreas semicríticas
As áreas semicríticas ou semi-restritas são aquelas que ainda existe um risco de transmissão de doenças através de sujidades e microrganismos, mas em escala menor do que nas áreas críticas.
Ainda assim, é necessário tomar todos os cuidados necessários a fim de evitar qualquer tipo de contaminação. Os pacientes de áreas semicríticas normalmente não possuem doenças contagiosas, mas precisam de cuidados especiais para não se contaminarem.
Áreas não críticas
As áreas não-críticas ou não-restritas são aquelas não ocupadas por pacientes, não realizam procedimentos de riscos e assim, não apresentam riscos significativos de transmissão de doenças, sendo que as principais áreas não críticas de um hospital são: áreas administrativas, copa, vestiários e almoxarifado.
Referências Bibliográficas
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BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, Organização Pan-Americana da Saúde – Opas. Módulo 2 – Protocolos de Segurança do Paciente. Universidade de Brasília - UNB, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Segurança do Paciente. Guia Rápido de Prevenção e Tratamento de Lesão por Pressão. Câmara Técnica de Cuidados com a Pele, Câmara Técnica de Segurança do Paciente, Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Regional da Asa Norte NQSP/HRAN. Brasília, 2020.
BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Dispõe sobre o conteúdo e a forma da prescrição médica. Resolução CFM nº 1.974, de 14 de julho de 2011.
PIANUCCI, Ana. Saber cuidar: procedimentos básicos em enfermagem. 13. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.
SILVA, Aline Teixeira et al. Assistência de enfermagem e o enfoque da segurança do paciente no cenário brasileiro. Saúde em debate, v. 40, p. 292-301, 2016.
Juntos, podemos transformar a enfermagem e, com ela, o mundo!
A essência da enfermagem reside no cuidado integral, ético e humanizado ao ser humano, em todas as fases da vida, respeitando sua individualidade, dignidade e necessidades biopsicossociais, espirituais e culturais. A enfermagem é uma ciência e uma arte, fundamentada em princípios científicos, mas também profundamente alicerçada na empatia, escuta ativa, compaixão e compromisso com o outro.