Enfermagem e ciência

Aparelho excretor

O aparelho excretor é o conjunto de órgãos que têm a função de eliminar os resíduos resultados das reações químicas que ocorrem dentro das células e que não são mais aproveitados pelo organismo, num processo de controle químico chamado metabolismo. No ser humano podemos considerar como excretores: aparelho urinário, aparelho respiratório e a pele.

Metabolismo celular

O metabolismo celular é um conjunto de reações químicas de um organismo que objetivam a produção de energia para o funcionamento das células, sendo dividido em anabolismo e catabolismo.

O anabolismo compreende as reações de armazenamento de energia, ocorrendo a síntese de compostos. Já o catabolismo compreende as reações de liberação de energia, a partir da decomposição de moléculas.

Além da produção de energia, durante o metabolismo celular também existe a síntese de intermediários que participam de reações químicas, como lipídios, aminoácidos, nucleotídeos e hormônios. Por isso, o metabolismo celular é fundamental para a sobrevivência dos organismos.

Aparelho urinário

O aparelho renal e urinário compreende os órgãos de secreção e eliminação da urina, sendo composto pelos rins e pelas vias condutoras de urina: a pelve renal, os ureteres, a bexiga e a uretra.

O aparelho urinário, assim como os rins, está associado à excreção, e por isso é muito comum relacionar a fisiologia ou o funcionamento renal ao sistema excretor. De fato, a excreção é uma função importante dos rins, mas há outras funções tão importantes quanto a excreção, que são as funções regulatórias exercidas pelos néfrons.

Rins

Os rins são órgãos uropoéticos – produtores de urina – de coloração avermelhada, altamente irrigados, em formato de grãos de feijão que se localizam na parte dorsal do abdome, abaixo do diafragma e acima da pelve, entre o peritônio e a parede posterior do abdome – retroperitoneais – um de cada lado da coluna vertebral, na sua porção superior, está localizada a glândula suprarrenal.

Rins
Rins
Fonte: Enfermagem e ciências

As principais funções dos rins são: regular o volume sanguíneo, regular a pressão arterial, produzir hormônios, regular o pH sanguíneo, regular o nível de glicose no sangue, ativação da vitamina D, manter a osmolaridade sanguínea e produzir a urina.

Urina

A urina ou filtrado glomerular é um líquido transparente composto por água e elementos finais, resultados do metabolismo celular, como: ureia, creatinina, ácido úrico, sódio, potássio, bicarbonato, amônia entre outros. Ela é formada nos rins e transporta resíduos do metabolismo até o exterior do organismo, sendo o produto final que é processado pelo néfron.

Ureteres

Os ureteres são estruturas formadas pela musculatura lisa visceral, apresentando entre 25 a 30 cm de comprimento, que tem origem na pelve renal e termina na bexiga urinária, sendo dividido em porção abdominal e porção pélvica.

Eles são as vias urinárias que conduzem a urina, armazenando-a na bexiga, sendo depois excretada para o exterior do organismo. A urina produzida pelos rins entra primeiro nos ureteres, depois é armazenada na bexiga e, por fim, é eliminada pela uretra.

Bexiga

A bexiga é um reservatório temporário de urina, com uma capacidade média entre 700 a 800 ml, ela está localizada na cavidade pélvica, na frente do reto e atrás do espaço de Retzius, sendo um órgão oco, distensível, constituída por uma camada muscular lisa, cujo músculo principal é conhecido como músculo detrusor. Quando a musculatura se contrai, ocorre a diminuição do volume, havendo um aumento da pressão vesical com consequente expulsão do conteúdo.

Uretra

A uretra é o último segmento das vias urinárias constituída por membranas e forma um conduto urinário, que é responsável por expelir a urina da bexiga urinária para o meio externo.

Sabe-se que existem diferenças entre a uretra feminina e a uretra masculina. Em ambos ela serve para a eliminação da urina, porém, no homem a uretra é também parte do sistema reprodutor, sendo um canal de passagem do sêmen.

A uretra feminina pode medir 4 cm, partindo da bexiga chegando até o clitóris e a vagina. Já a uretra masculina mede aproximadamente 16 cm, estendendo-se desde a bexiga até o final do pênis, sendo dividida em três partes: prostática, membranosa e esponjosa.

Terapia renal substitutiva

A terapia renal substitutiva é um conjunto de procedimentos utilizados para substituir a função dos rins em pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica em estágio avançado. As modalidades de tratamento na terapia renal substitutiva são: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.

Hemodiálise

A hemodiálise é o processo utilizado em pacientes com doença renal aguda que necessitam de diálise por curto período ou em pacientes com doença renal terminal que necessitam de tratamento prolongado ou permanente, no qual, uma membrana sintética semipermeável substitui os glomérulos e túbulos renais e atua como filtro para os rins deficientes.

Trata-se de um processo no qual o sangue repleto de toxinas e metabólitos nitrogenados é desviado da pessoa para o dialisador, onde é depurado e, então, retorna à pessoa.

Os objetivos da hemodiálise são: extrair substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue, remover o excesso de água, restabelecer o equilíbrio eletrolítico e ácido-básico do organismo.

Diálise peritoneal

A diálise peritoneal é um método de tratamento utilizado em pacientes com insuficiência renal crônica ou aguda para remover toxinas e excesso de líquidos do organismo. Diferente da hemodiálise, que utiliza filtros externos, a diálise peritoneal aproveita o peritônio como um filtro natural para realizar a depuração do sangue.

A diálise peritoneal ocorre na superfície do peritônio, membrana que reveste a cavidade abdominal e órgãos internos, que é de aproximadamente 22.000 cm2 e atua como a superfície de difusão.

Transplante renal

O transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Tendo como principal vantagem a melhor qualidade de vida, pois o transplante renal garante mais liberdade na rotina diária do paciente. Ele é feito mediante doação do órgão e compatibilidade entre doador e receptor para que haja menos chances de rejeição.

Rejeição hiperaguda: é aquela que ocorre nas primeiras 24 horas.

Rejeição aguda: é aquela que ocorre a partir do 3º dia, mais comum nos primeiros meses.

Rejeição crônica:é aquela que ocorre após vários meses.

Antes do procedimento são realizados vários exames para garantir que o doador não possui nenhuma doença que possa ser transmitida ao receptor e que o rim doado esteja em bom funcionamento.


Referências biblioráficas

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